Bolsonaro pede que apoiadores permaneçam em seções eleitorais até o fim da apuração no 2º turno
Em novo ataque ao sistema eleitoral, presidente afirmou que Lula não poderia ter "tantos votos se o povo não está ao lado do mesmo"
O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta terça-feira que seus apoiadores permaneçam no local de votação até o resultado final do segundo turno da disputa presidencial, no próximo dia 30. Em nova ofensiva contra o sistema eleitoral do país, o presidente voltou a questionar, sem apresentar qualquer prova, o resultado das urnas na primeira etapa da disputa, quando ficou atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto.
— No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar. E mais do que isso, vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós discordamos. Como pode aquele cara ter tantos votos se o povo não está ao lado do mesmo — afirmou Bolsonaro durante discurso em Pelotas, no Rio Grande do Sul.
Lula terminou o primeiro turno com 48,4% dos votos válidos e Bolsonaro com 43,2%. O chefe do Executivo questionou em mais de uma ocasião o desempenho do petista nas urnas usando como justificativa o número de apoiadores que o acompanham em eventos.
Desde que foi eleito presidente, em 2018, Bolsonaro aponta suspeita de fraudes nas urnas eletrônicas, mas nunca apresentou qualquer prova do que diz. Ele afirmou em mais de uma ocasião que apenas aceitaria o resultado do pleito em "eleições limpas e transparentes". Não há registro de fraude desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas no país, em 1996.
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Integrantes do núcleo da campanha de reeleição de Bolsonaro já o aconselharam a não questionar publicamente a segurança das urnas eletrônicas no segundo turno. A avaliação é que as declarações mobilizariam apenas eleitores que já fazem parte da sua base e afastariam aqueles que estão fora da sua bolha eleitoral. O conselho, no entanto, também foi dado na primeira etapa do pleito, mas não foi seguido pelo presidente.
Bolsonaro chegou a afirmar ao longo do primeiro turno que se não ganhasse com mais de 60% dos votos, “algo de anormal” terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela realização do pleito e contabilização do resultado.