Política

Em segundo encontro com Bolsonaro em três dias, Zema pede 'trabalho de formiguinha' a prefeitos

Campanha aposta na aproximação com prefeitos como uma das principais estratégias na disputa do segundo turno

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - Divulgação

O governador reeleito de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) pediu nesta sexta-feira a prefeitos de municípios mineiros um "trabalho de formiguinha" pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Essa é a segunda vez que os dois aliados se encontram nesta semana. A campanha aposta na aproximação com prefeitos como uma das principais estratégias na disputa do segundo turno.

"Vai ser um trabalho de formiguinha. O presidente Bolsonaro e eu não temos condições de irmos em todos os municípios, até gostaríamos. Então cabe a cada um aqui levar essa mensagem para os seus vereadores, para as suas lideranças municipais. Vamos precisar trabalhar muito nos próximos 15 dias",afirmou Zema.

O objetivo é organizar encontros com chefes dos executivos municipais de diversos estados como forma de mobilizar eleitores. O presidente entende que, por terem os cofres municipais abastecidos com recursos federais nos últimos anos, os políticos locais podem ajudá-lo a conquistar os votos que precisa para tirar a diferença para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

A equipe que trabalha pela reeleição pretende aproveitar viagens da campanha para que Bolsonaro se reúna com prefeitos da região que visitar. O presidente já se reuniu com mandatários estaduais em Balneário Camboriú, Santa Catarina, Pelotas, e Rio Grande do Sul. No Palácio da Alvorada, recebeu os prefeitos de Manaus (AM), David Almeida (Avante), e de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). Na semana passada, também já havia recebido o apoio do prefeito de Maceió (AL), JHC (PL).

A mobilização dos prefeitos tem ocorrido principalmente com o apoio de governadores reeleitos que declararam apoio a Bolsonaro, como aconteceu nesta sexta-feira com o governador reeleito Romeu Zema. Na semana passada, o govenador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), levou cerca de 200 prefeitos ao encontro do presidente no Palácio do Alvorada.

A missão passada por Bolsonaro aos aliados agora é justamente mobilizar a militância e ir atrás dos votos indecisos e eleitores que não compareceram às urnas no primeiro turno nas cidades.

"A todos vocês, me desculpem a insistência. Vamos trabalhar, conversar vizinhos, muitas vezes dentro de casa mesmo, vamos mudar votos. Aqueles que não foram votar, vamos convencer a ir votar".

Nesta sexta-feira, Bolsonaro também prometeu aos chefes municipais a criação de uma Secretaria Especial de Municípios para melhorar o atendimento aos governadores, prefeitos e vereadores.

"A secretaria especial de municípios será criada também. Não apenas o recebimento dos governadores que merecem muitas vezes atendimento, como todos vocês. Tratarmos também com uma secretaria especial as demandas dos municípios.

Zema anunciou o apoio à reeleição de Bolsonaro apenas no segundo turno, depois de manter distância do chefe do Executivo federal para garantir sua reeleição em Minas Gerais. Bolsonaro já afirmou que o apoio é "decisivo", lembrando que Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e que, tradicionalmente, quem vence a eleição no estado também ganha nacionalmente.

Com apoio de Zema a Bolsonaro, a estratégia é poder converter em votos para o presidente os eleitores que votaram no governador e no Lula. Além das agendas que serão cumpridas pelos dois no estado, há, também, previsão de que o governador participe das propagandas na televisão, inclusive para tentar alcançar eleitores em outras regiões do país, a ideia para conseguir isso é apostar na gestão bem avaliada de Zema e ligá-la ao governo federal.

Embora Lula tenha ficado à frente do atual chefe do Planalto em Minas, a diferença entre os dois foi de 500 mil votos. Na avaliação do entorno de Zema, é possível atrair uma parte relevante desses eleitorais ao associar o ex-presidente com Pimentel, cuja gestão terminou com uma popularidade baixa.

O plano é colar a imagem de Lula ao governo Pimentel e divulgar que, com uma eventual eleição do petista, os problemas da gestão estadual do ex-governador vão voltar a acontecer — nos quatro anos que ficou à frente do Palácio Tiradentes, Pimentel suspendeu os repasses aos municípios e atrasou os pagamentos aos servidores públicos.