Irã nega entrega de armas à Rússia para uso na Ucrânia
"Acreditamos que o ato de armar cada parte da crise prolongará a guerra", disse o ministro iraniano
O Irã negou, neste sábado (15), que tenha fornecido à Rússia armas "para serem usadas na guerra na Ucrânia", como acusam Kiev e seus aliados ocidentais.
Segundo eles, Moscou teria usado drones de fabricação iraniana em seus ataques na Ucrânia nas últimas semanas.
O assunto deve ser abordado pelos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em uma reunião em Luxemburgo na segunda-feira (17).
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, "enfatizou que a República Islâmica do Irã não forneceu, nem fornecerá, nenhuma arma para ser usada na guerra na Ucrânia", conforme nota publicada pela Chancelaria.
"Acreditamos que o ato de armar cada parte da crise prolongará a guerra", disse o ministro iraniano, em um telefonema com seu homólogo português, João Gomes Cravinho.
"Não acreditamos que a guerra seja o caminho correto a seguir, nem na Ucrânia, nem no Afeganistão, nem na Síria, nem no Iêmen", acrescentou.
Em outro telefonema na sexta-feira (14), com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, Amir-Abdollahian reiterou a posição oficial de neutralidade adotada por seu país diante do conflito iniciado em fevereiro.
"Cooperamos com a Rússia em matéria de defesa, mas nossa política em relação à guerra na Ucrânia consiste em não armas às partes em conflito, em parar a guerra e pôr fim ao deslocamento de pessoas", argumentou o ministro iraniano das Relações Exteriores.
Na segunda-feira (10), o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que a Rússia usou drones iranianos para atacar a infraestrutura de energia em várias cidades do país.
No mês passado, a Ucrânia decidiu reduzir significativamente suas relações diplomáticas com Teerã, devido à suspeita de entrega de armas à Rússia.