China

Presidente chinês caminha para inédito 3º mandato

O presidente Xi Jinping fará um balanço dos últimos cinco anos e comunicará seu plano para os próximos cinco anos

O falecido presidente chinês Mao Zedong e os ex-líderes chineses Deng Xiaoping, Jiang Zemin, Hu Jintao e o atual presidente Xi Jinping no Salão Memorial Revolucionário de Yan'an, na cidade de Yan'an, na província de Shaanxi, noroeste da China - Jade Gao / AFP

O presidente chinês, Xi Jinping, deve obter, sem maiores dificuldades, um terceiro inédito mandato em 23 de outubro, um dia depois do encerramento do Congresso do Partido Comunista, cuja data foi anunciada neste sábado (15).

O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que começa no domingo (16) em Pequim, vai durar até 22 de outubro, anunciou neste sábado o porta-voz do evento, Sun Yeli.

O grande encontro quinquenal da vida política chinesa pretende conceder ao presidente Xi um terceiro mandato de cinco anos à frente da organização política e do país.

No dia seguinte ao encerramento, ou seja, em 23 de outubro, será revelada a composição do novo Comitê Permanente do Politburo, o grupo de sete, ou nove, personalidades que encarna a cúpula do poder, incluindo o secretário-geral do PCC - hoje, Xi Jinping.

No total, cerca de 2.300 delegados, eleitos pelas diferentes assembleias do partido único, vão-se reunir a portas fechadas após a cerimônia de abertura, amanhã, na capital do país, no Palácio do Povo.

Xi Jinping, de 69 anos, fará um balanço dos últimos cinco anos e comunicará seu plano para os próximos cinco anos, em um discurso transmitido pela televisão.

O congresso, o 20º desde a criação do PCC em 1921, deve dar lugar a uma grande reconfiguração do Comitê Permanente do Politburo. Segundo a tradição não escrita, uma parte de seus membros atuais atingiu a idade em que devem se aposentar.

Bolha sanitária para jornalistas

Para cobrir o evento, os jornalistas foram obrigados a permanecer em uma "bolha sanitária" desde sexta-feira (14), como parte das rigorosas medidas vinculadas à política de zero covid no país.

Os repórteres estão isolados em um hotel, no oeste de Pequim, e devem passar por uma série de testes.

A coletiva de imprensa de apresentação deste sábado aconteceu em frente a dois telões. Durante a videoconferência de duas horas, o porta-voz do congresso respondeu a perguntas da imprensa chinesa e estrangeira. Não houve perguntas sobre Xi Jinping.

"A epidemia continua aí, é uma realidade que deve ser enfrentada", disse o porta-voz do congresso, ao ser questionado sobre o futuro da política de covid zero, que causou estragos na economia chinesa.

No congresso que começa amanhã, também será renovada a Comissão Militar Central. De 11 membros, ela é fundamental, porque controla o Exército. A temida Comissão Central de Controle Disciplinar, que persegue acusações de corrupção, também será renovada.

As decisões mais importantes são, na verdade, tomadas antes do Congresso entre as principais autoridades do país, que tentam chegar, antecipadamente, a um acordo sobre a distribuição dos cargos do Politburo entre as diferentes facções do partido.

Como costuma acontecer em sistemas de tipo socialista, o partido prevalece sobre o Estado. Por isso, Xi Jinping deve seu poder a seu cargo de secretário-geral do PCC, assumido em 2012, e não tanto à sua eleição como presidente pela Assembleia Popular Nacional, em 2013.