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UE sanciona funcionários e polícia da moral do Irã por repressão de protestos

Serão proibidos de entrar no espaço europeu e quaisquer bens que indivíduos ou entidades tenham na União Europeia serão congelados

Protestos no Irã - AFP

Os ministros das Relações Exteriores europeus adotaram nesta segunda-feira (17) sanções a líderes e entidades no Irã, incluindo a polícia da moral, pela repressão aos protestos pela morte da jovem Mahsa Amini.

A lista dos sancionados, publicada no Diário Oficial da UE, inclui a polícia da moral e o seu chefe máximo, Mohammad Rostami Cheshmeh, a Força de Resistência Basij e a Força Disciplinar, bem como funcionários, como o ministro das Telecomunicações, Issa Zarepour.

A lista também inclui Mohamad Hossein Sepher, comandante do centro de treinamento do Estado-Maior Geral das Forças Armadas, porque "supervisiona o treinamento das forças de segurança iranianas para lidar com os protestos e apoia uma linha repressiva".

Esses funcionários serão proibidos de entrar no espaço europeu e quaisquer bens que indivíduos ou entidades tenham na União Europeia serão congelados.

A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, referiu-se à "chamada Polícia da Moral, uma palavra que não é muito adequada quando se vê os crimes que estão sendo cometidos" no país.

No final de setembro, a UE considerou "injustificável e inaceitável" o "uso generalizado e desproporcional da força" contra os manifestantes que protestavam contra a morte de Amini.

A jovem de 22 anos morreu após ser presa pela polícia de moral por violar o código de vestimenta, que impõe o uso de véu para as mulheres.

Sua morte provocou enormes protestos em várias partes do país, nos quais participaram inúmeras mulheres com a cabeça descoberta.

Por sua vez, a chefe da diplomacia sueca, Anne Linde, destacou que as sanções visam "os responsáveis pela repressão de protestos pacíficos e, principalmente, do assassinato de várias mulheres".

Mais de 120 mortos

Mais de 120 pessoas morreram devido à repressão às manifestações no Irã que começaram após a morte em 16 de setembro da jovem Mahsa Amini, segundo novo balanço da organização não governamental Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.

A contagem anterior da mesma fonte era de pelo menos 108 mortos durante as manifestações.

Segundo uma contagem da ONG, que registra dados de várias cidades, 122 pessoas morreram na repressão aos protestos.

Enquanto isso, a cidade de Zahedan, na província de Sistan Baluchistão, no sudeste, foi palco de confrontos por vários dias, após acusações de que um policial estuprou uma jovem.

Segundo o IHR, pelo menos 93 pessoas foram mortas nesses incidentes.

Entre os mortos nos protestos pela morte de Mahsa Amini e nos confrontos em Zahedan, há 27 menores, disse o IHR nesta segunda-feira.