Duo Repercuti faz show de lançamento do álbum de estreia "O Som das Baquetas"

No repertório, percussão sinfônica e sonoridades afro-brasileiras, nesta terça-feira (18), às 19h30, no Teatro Marco Camarotti

Formado pelos percussionistas Emerson Coelho e Emerson Rodrigues (Pequeno), o duo Repercuti apresenta o show de lançamento nacional do seu disco de estreia, “O Som das Baquetas”, hoje, às 19h30, no Teatro Marco Camarotti do Sesc Santo Amaro. Com apoio do Rumos Itaú Cultural (2019-2020), o álbum traz a percussão sinfônica em diálogo com instrumentos afro-brasileiros. Os ingressos custam R$ 10, à venda pelo site Sympla.

Projeto com identidade
Por sugestão do Itaú Cultural, o projeto inicial, que previa incentivo para circulação, passou a ser a gravação de um álbum. “Poder promover um espetáculo e uma gravação de um álbum do jeito que a gente deseja e imaginou o projeto é magnífico. Esse álbum leva muito da nossa identidade enquanto instrumentista e a gente também caminha por outro viés desafiador que é o da composição”, comenta Pequeno, referindo-se à faixa que dá nome ao disco.

Criado em 2016, quando os integrantes cursavam Bacharelado em Percussão na UFPE, o Repercuti inova no formato com foco no estudo e experimentação de obras de autores variados. Para o primeiro disco, o duo escolheu produção de compositores pernambucanos que consideram grandes influências musicais.

Recorte preto de afirmação
Recém lançado nas plataformas digitais, “O Som das Baquetas” reúne seis composições dos pernambucanos Amaro Freitas, Beto Hortis, César Michiles, Henrique Abino e Laís de Assis, além do próprio duo Repercuti, autores da faixa que dá nome ao disco. A direção geral é do baiano Aquim Sacramento (UFBA) e a produção é de Tainá Menezes. A Zarina Moda Afro faz o styling da dupla.

“Ser preto foi um dos critérios para a escolha dos compositores e compositoras e de todos os envolvidos no projeto. A  gente priorizou a maioria de pretas e pretos, para além da parte artística, também em relação à equipe técnica”, destaca Emerson Coelho. Um recorte político para valorizar o talento da negritude na cultura pernambucana. “Perceber o potencial que vem das periferias, dos pretos, quando se tem acesso a um instrumento, vemos pessoas maravilhosas surgindo”, destaca Emerson Coelho.

“A gente tem a possibilidade, enquanto pessoas pretas, de chegar, alcançar e não ficar na inércia do que já acontece há séculos: de só pessoas brancas ou com alguma condição financeira conseguir promover um espetáculo em altíssimo nível. E a gente deseja inspirar ainda mais pessoas pretas a entenderem que o lugar delas é onde elas quiserem, basta perseverar e mudar o seu espaço de direito”, reforça Pequeno. 

Ouça o álbum completo:

Álbum e show de lançamento
O Duo apresentará na íntegra as faixas do disco de estreia, em um show que contará com projeções de imagens e participação do instrumentista e arranjador Henrique Albino, autor da faixa “Pakiparabaki” e responsável por boa parte dos arranjos e direção musical durante as gravações no Estúdio Carranca. 

O disco abre com a homônima “O Som das Baquetas (Ihin Orun)”, de autoria do duo. A segunda faixa é “Chick Corea Forever”, homenagem de Amaro Freitas ao também pianista norte-americano Chick Corea, lançada como single, com arranjos são de Henrique Albino.

O acordeonista Beto Hortis, um dos mais respeitados do País, assina o “Chorinho Bom”, que passeia entre o choro e o samba. O disco segue com “Pakiparabaki”, de Henrique Albino; “Anjo Negro”, do flautista César Michiles é a mais intimista do álbum, que encerra com uma música de um dos grandes nomes femininos da música instrumental atual de Pernambuco, Laís de Assis, assina “Nó de Imbuia”. 

Trajetória e influências
Duas histórias distintas que se cruzaram através da música. Depois de vir ainda criança do interior de Chã Grande para morar na comunidade do Coque, Pequeno entrou em contato com a música sinfônica no projeto social da Orquestra Criança Cidadã. Já Emerson Coelho nasceu e cresceu no subúrbio de Igarassu, em contato com os ritmos e as tradições afro-brasileiras como o Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu. 

“Acompanhei coco e ciranda com a mestra Lia e outras personalidades da música pernambucana. As influências são gigantes. Jerimum de Olinda, Lucas dos Prazeres, entre outros. Eu quando criança assistia shows de Naná Vasconcelos. Essa galera com certeza faz parte da nossa vida e essa troca de aprendizado faz parte da nossa essência como percussionistas”, lembra Emerson Coelho.

Ambos passaram por diversos grupos e orquestras ao longo da carreira: Orquestra Sinfônica Jovem (onde se conheceram), Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Paraíba e Grupo de Percussão do Nordeste, entre outros), atuando juntos em formações como a Orquestra de Câmara de Pernambuco. 

“A nossa formação perpassa pelo universo da percussão sinfônica, através do professor Barreto, aqui no Nordeste Germania Cunha, Gustavo Miranda, entre outras personalidades da percussão sinfônica. Mas em paralelo a essa formação sinfônica do Conservatório e da Universidade, a gente tem a vivência da cultura popular que é riquíssima no nosso Estado”, destaca Coelho.

O Repercuti participou de dezenas de festivais pelo Nordeste, concertos e espetáculos como o “Baile do Menino Deus”. Em 2019, além da seleção no Rumos Itaú Cultural 2019-2020, integrou os Espetáculos Musicais do Espaço Cultural BNDES/Temporada 2019- 2020 (RJ).

Serviço:
Show de lançamento de “O Som das Baquetas – Repercuti"

Terça-feira, 18/10, às 19h30, no Teatro Marco Camarotti – Sesc Santo Amaro. Ingressos: R$ 10 pelo Sympla. Instagram: @duorepercutioficial