Irã se diz disposto a falar com Ucrânia após acusações sobre drones
Ucrânia sofreu bombardeios russos durante a última semana
O Irã disse, nesta terça-feira (18), que está disposto a falar com a Ucrânia para esclarecer as declarações "infundadas" segundo as quais Teerã fornece à Rússia armas e drones para sua ofensiva contra a Ucrânia.
Kiev e seus aliados acusam a Rússia de utilizar drones iranianos em seus ataques contra a Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, disse nesta terça que não tem conhecimento de que seus militares estariam utilizando essas armas na Ucrânia.
Nasser Kanani, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, disse em uma nota que essas acusações "não têm fundamento" e "se baseiam em informações falsas".
Kanani acrescentou que o Irã "está disposto a negociar e a discutir com a Ucrânia para esclarecer essas acusações".
"As afirmações segundo as quais a República Islâmica estaria enviando armas, incluindo drones de combate, para serem utilizadas na guerra na Ucrânia" são "falsas", declarou o ministério.
A Ucrânia pediu na segunda-feira à União Europeia mais sanções contra o Irã depois de uma onda de ataques mortais com drones kamikazes em Kiev.
Nesta terça, o chanceler ucraniano Dmytro Kuleba propôs ao presidente Volodimir Zelensky romper as relações diplomáticas com a república islâmica.
Segundo Kuleba, Teerã forneceu drones à Rússia "enquanto nos dizia ser contra a guerra e que não apoiava nenhuma das partes".
Nos últimos dias, Kiev denunciou em diversas ocasiões o uso por parte da Rússia de drones de fabricação iraniana, incluídos os kamikazes Shahed 136, para atacar infraestruturas energéticas civis na Ucrânia.
Kiev já havia reduzido em setembro a presença diplomática do Irã no país como represália ao suposto fornecimento de armas de Teerã para Moscou.