Apoio a Bolsonaro revela divisões políticas em famílias de cantores sertanejos
João Guilherme, filho de Leonardo, pediu perdão pelo posicionamento do pai. Já Junior, sobrinho de Chitãozinho, afirmou que todo mundo tem um "tiozão do zap"
O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, na última segunda-feira (17), uma comitiva de cantores sertanejos no Palácio da Alvorada, em Brasília. A visita ao candidato à reeleição teve como efeito a exposição pública das divergências políticas existentes em algumas das mais famosas famílias do meio artístico brasileiro.
O primeiro sinal de racha surgiu logo na noite da segunda-feira, quando João Guilherme, filho do cantor Leonardo, foi ao Twitter afirmar que sentia nojo do apoio dado pelo pai ao político.
"Hoje estou triste. Sei bem a influência do meu pai, ele é gigante, querido por tantos Mas joga no time errado e está cego. Diante de todos os últimos escândalos envolvendo o atual mandatário, ver alguém tão importante pra mim declarar apoio dessa forma me enoja", escreveu o jovem ator.
A postura de João Guilherme foi criticada por Poliana Rocha, atual esposa de Leonardo, que saiu em defesa do esposo nas redes sociais. "João Guilherme, por favor, respeite o seu pai e a sua escolha (livre arbítrio). Sempre te tratamos com muito amor. Ele honrou suas obrigações de pai. Pagou pensão até os seus 18 anos, corretamente, viagens, e tudo que você precisou. Você sempre foi acolhido por nós com amor e carinho", afirmou a jornalista e influenciadora digital.
Outra família que parece estar dividida em relação às eleições presidenciais é a dos irmãos Chitãozinho e Xororó. Apenas o primeiro compareceu à visita a Bolsonaro. Já Xororó mantém segredo sobre sua opção de voto. Em entrevista à Folha de S. Paulo, no mês passado, ele se limitou a dizer que: "O voto está aí, com a democracia".
Junior, filho de Xororó e sobrinho de Chitãozinho, não esconde sua desaprovação ao atual presidente. "Votar é um ato de muita responsabilidade porque não se vota pensando em si mesmo somente, mas coletivamente. Sou contra o governo atual e escolho um caminho diferente do que vi nos últimos 4 anos", escreveu o músico, em seus stories no Instagram.
Ainda nos stories, Junior escreveu que "toda família tem um tiozão do zap [WhatsApp]", que pode foi entendido pelo seus seguidores como uma menção ao seu tio. Sandy, irmã de Junior, não costuma se posicionar politicamente, mas internautas resgataram um vídeo de 2018, em que ela aparece dizendo "Ele não", campanha da época contrária à eleição de Bolsonaro, para um grupo de fãs.
Zezé Di Camargo também esteve presente na visita ao Palácio da Alvorada. A ausência do seu irmão e companheiro de dupla, Luciano, foi notada pelo público. O ausente, no entanto, não se manifestou sobre o assunto. Já a cantora Wanessa Camargo, filha de Zezé, chegou a publicar uma foto vestida de vermelho no dia 1º de outubro, véspera do primeiro turno das eleições, o que foi entendido por parte do público como uma declaração velada de apoio ao ex-presidente Lula (PT).