França repatria 15 mulheres e 40 crianças de campos jihadistas na Síria
País também acusou três das mulheres de "associação criminosa terrorista"; Esta foi a terceira maior operação de repatriação para a França do tipo em três meses
A França repatriou, nesta quinta-feira (20), 15 mulheres e 40 crianças que estavam detidas em campos de prisioneiros jihadistas no nordeste da Síria e acusou três das mulheres de "associação criminosa terrorista".
Os menores de idade foram entregues aos serviços de ajuda à infância e receberão acompanhamento médico-social. Os adultos foram entregues às autoridades judiciais competentes, afirma um comunicado ministerial.
Esta é a maior operação de repatriação para a França do tipo em três meses. Entre os menores de idade estão sete órfãos ou crianças sem responsáveis, informou a Procuradoria Nacional Antiterrorista (Pnat).
As mulheres integram o grupo de francesas que viajaram voluntariamente aos territórios controlados pelos grupos extremistas na região entre o Iraque e a Síria e que foram capturadas após a queda do grupo Estado Islâmico (EI) em 2019.
Algumas crianças nasceram na região.
Três das mulheres repatriadas, que já tinham um mandato de prisão, foram acusadas de "associação criminosa terrorista", e duas delas de "sequestro de crianças". Todas foram detidas, indicou uma fonte judicial.
Quase 300 menores de idade franceses que estiveram em áreas de operação de grupos extremistas retornaram para a França, 77 deles por meio da repatriação, informou no início de outubro o ministro da Justiça. Éric Dupond-Moretti.
Diante da rejeição da opinião pública, a França organizou durante muito tempo uma repatriação a conta-gotas, mas o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) condenou o país em setembro por não atender de maneira adequada as demandas das famílias.
O Coletivo de Famílias Unidas celebrou em um comunicado uma "excelente notícia, que parece confirmar o fim da política de 'caso por caso'" e pediu ao governo que prossiga "até o fim".
Em julho, as autoridades responsáveis pela luta antiterrorista afirmaram que mais de 100 mulheres e quase 250 crianças permaneciam nos campos sírios.