Reino Unido registra vários indicadores econômicos negativos
O país registra os piores índices de inflação do G7, com um aumento de mais de 10% dos preços ao consumidor
O Reino Unido pagou juros recordes por suas emissões de títulos da dívida em setembro, em um cenário de aumento da inflação e queda nas vendas no varejo em meio à crise política e econômica do país.
Em um momento de incerteza, que se aprofundou na quinta-feira (20) com a renúncia da primeira-ministra Liz Truss - o que inicia a disputa pela sucessão dentro do Partido Conservador -, os indicadores econômicos refletem a instabilidade política.
Os juros da dívida britânica alcançaram 7,7 bilhões de libras em setembro (US$ 8,5 bilhões), ou seja 2,5 bilhões a mais que no mesmo período em 2021, o nível mais elevado desde o início da série de estatísticas mensais em 1997.
Desde meados de 2021, a carga da dívida do Estado "aumentou consideravelmente, mas não por um aumento da dívida, e sim em grande medida devido à inflação", afirmou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) em um relatório divulgado nesta sexta-feira (21).
Depois que Jeremy Hunt assumiu o ministério das Finanças na semana passada, em uma tentativa de reduzir o pânico nos mercados provocado pelo programa econômico de Truss, o novo ministro alertou que seriam necessárias "decisões muito difíceis".
Mas com a renúncia da primeira-ministra na quinta-feira, o plano de Hunt está em suspenso, pois não é possível saber se ele permanecerá no comando das finanças no novo governo.
Em meio ao caos e incerteza política, o país registra os piores índices de inflação do G7, com um aumento de mais de 10% dos preços ao consumidor, crescimento nulo, crise energética e aumento do custo de vida.
Este cenário pesou consideravelmente no consumo e as vendas no varejo caíram 1,4% em setembro, na comparação com agosto, mês em que a queda foi ainda mais acentuada e registrou -1,7%.