racismo

Seu Jorge só percebeu ataques racistas ao ver vídeo do show; polícia mandou imagens para perícia

Cantor foi alvo de ataques apresentação no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre; caso ocorreu no dia 14 de outubro e foi levado à delegacia

Seu Jorge comenta em vídeo sobre ataque - reprodução/vídeo

Alvo de ataques racistas durante show em Porto Alegre no dia 14 de outubro, Seu Jorge afirmou só ter descoberto o ocorrido ao ver um vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ele, enquanto estava no palco do clube Grêmio Náutico União, local da apresentação, ouviu apenas as vaias.

"Atrás do palco, eu percebi as vaias, o que é do jogo. Uma pessoa publicou as injúrias e ali eu tomei conhecimento do que sofri" disse o cantor em entrevista ao Fantástico.

Uma fã que estava presente e não quis ser identificada classificou o episódio como "um show de horrores" e disse que o cantor manteve a educação. De acordo com os sócios que presenciaram o ocorrido, os ataques teriam começado após o artista fazer uma manifestação política.

"Nada justifica. Não estamos falando de política, estamos falando de racismo" ressaltou Seu Jorge. "Em determinada hora, fiz uma fala sobre infância e adolescência. Quando a gente trata a redução da maioridade penal, o foco é a população negra. Ninguém confunde a Eliana com a Xuxa, mas a gente é preso e morto confundido."

Delegada que investiga caso enviou imagens à perícia

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu um inquérito na última segunda-feira para investigar as denúncias de racismo. Ao GLOBO, a delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, afirma ter recebido um vídeo que mostra o momento em que o público chama o cantor de “macaco” e começa a imitar o animal.

"Em um determinado momento (do vídeo), é possível ouvir a palavra ‘macaco’ sendo dita duas ou três vezes. Além de sons alusivos ao som emitido por esse animal" disse Andrea, que também afirmou ter enviado parte das imagens recebidas pelo clube à perícia na última quinta-feira (20).