Justiça da França investiga vínculos de dois políticos franceses com a Rússia
Eurodeputado e ex-senador franceses são investigados em suposto casos de ganho de regalias em troca de posições favoráveis a Moscou
O Ministério Público de Paris investiga se dois responsáveis da associação Diálogo Franco-Russo, um eurodeputado e um ex-senador franceses, obtiveram regalias em troca de posições favoráveis a Moscou.
As investigações, iniciadas em 2021, referem-se a suspeitas de corrupção e de tráfico de influência por uma parte, e de abuso de confiança e lavagem de capitais por outra, informou nesta segunda-feira (24) o MP parisiense.
Segundo uma fonte próxima do caso, os investigados são o eurodeputado Thierry Mariani do partido Reagrupamento Nacional (RN, extrema direita), que copreside a associação desde 2012, e Yves Pozzo di Borgo, ex-senador de centro, membro da associação e presidente de uma empresa de consultoria.
Mariani e Pozzo di Borgo teriam se beneficiado, segundo o jornal francês Le Monde, de viagens bancadas pela Rússia.
A Justiça tenta saber, segundo a mesma fonte, até que ponto os presentes recebidos serviram de contrapartida para posições tomadas em favor da Rússia.
A associação Diálogo Franco-Russo foi criada em 2004 sob o patrocínio do ex-presidente francês Jacques Chirac e do russo Vladimir Putin.
A entidade se apresenta como "um instrumento privilegiado de comunicação entre os círculos políticos, econômicos e culturais dos dois países", com o objetivo de "contribuir para o aprofundamento das relações estratégicas e a associação privilegiada entre França e Rússia".
Questionado pela AFP, Mariani disse que soube do caso pela imprensa. O eurodeputado assinalou que as contas da associação eram "transparentes e controladas" e negou qualquer benefício. Já Pozzo di Borgo preferiu não se pronunciar.