Lula espera que Bolsonaro 'aceite' resultado se for derrotado nas eleições
A seis dias da votação, candidatos tentam garantir os eleitores indecisos, em disputa acirrada
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou, nesta segunda-feira (24), esperar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aceite o resultado das urnas se for derrotado no segundo turno das eleições presidenciais, no próximo domingo.
"Espero que, eu ganhando as eleições, ele tenha um minuto de sensatez e me telefone aceitando o resultado", disse Lula durante coletiva de imprensa em São Paulo. "Eu perdi três eleições. Cada eleição que eu perdia, eu voltava para casa. Eu não fiquei xingando, lamuriando, nervoso", acrescentou o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
Bolsonaro tem questionado reiteradamente o sistema de urna eletrônica do e ameaçou não aceitar o resultado. No entanto, nas últimas semanas baixou o tom de seus comentários, em uma tentativa de cortejar os eleitores indecisos.
A seis dias da votação de 30 de outubro, o líder histórico da esquerda e seu adversário lutam para garantir os eleitores indecisos, em uma disputa extremamente renhida.
Segundo pesquisa de intenções de voto divulgada na semana passada, Lula, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, tem 52% dos votos válidos, contra 48% para Bolsonaro. A diferença entre os dois está dentro da margem de erro. Os adversários terão na próxima sexta-feira o último debate frente a frente.
A estratégia de qualquer candidato é primeiro tentar convencer as pessoas que não foram, por qualquer razão, votar, que compareçam" às urnas, disse Lula, consultado sobre a busca por quem se absteve de votar no primeiro turno, em 2 de outubro. "É a eleição que vai definir se a gente quer viver num regime democrático ou numa barbárie ou neofascismo. É isso que está em jogo. Espero que o povo faça uma opção pela democracia.
As eleições no país têm sido marcadas por uma campanha polarizada e agressiva, com insultos e desinformação dos dois lados.
Bolsonaro tenta se reeleger depois de quatro anos nos quais foi criticado pela gestão da pandemia de Covid-19 e uma série de declarações polêmicas sobre mulheres, a imprensa, as minorias e confrontos permanentes com o Supremo Tribunal Federal.
Lula, por sua vez, tenta voltar ao poder depois de passar 18 meses na prisão por acusações de corrupção, em processos que foram anulados, devido à investigação por um esquema de propinas na Petrobras. O ex-presidente chegou ao primeiro turno como franco favorito, mas Bolsonaro se saiu melhor do que sugeriam as consultas, com 43% dos votos, contra 48% de Lula.