Estudantes protestam após repressão contra alunas no Irã
Devido à repressão, uma estudante precisou ser hospitalizada
Estudantes iranianas protestaram, nesta terça-feira (25), em Teerã, de acordo com vídeos, gritando palavras de ordem contra o governo pela repressão das forças de segurança, acusadas de espancar estudantes no dia anterior, enquanto os protestos continuam pela morte de Mahsa Amini.
Em imagens compartilhadas por ativistas nas redes sociais na segunda-feira, agentes das forças de segurança usaram gás lacrimogêneo contra uma manifestação em frente à escola para meninas Shahid Sadr, na capital iraniana.
"Estudantes da escola Sadr, em Teerã, foram atacadas, revistadas e agredidas", informou a mídia online 1500tasvir.
Ao menos uma estudante de 16 anos, Sana Soleimani, precisou ser hospitalizada, segundo este veículo, que documenta as violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança iranianas.
Jovens mulheres e estudantes estão na vanguarda das manifestações que eclodiram desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, três dias depois de sua prisão em Teerã pela polícia da moral, que a repreendeu por supostamente ter violado o rígido código de vestimenta do país.
"Os pais se manifestaram em frente à escola. As forças de segurança atacaram o bairro e atiraram nas casas dos moradores", acrescentou 1.500tasvir.
De acordo com o Ministério da Educação, houve um confronto entre as alunas, seus pais e funcionários da escola, depois que o diretor ordenou que elas entregassem seus celulares para monitoramento.
"Negamos veementemente a morte de uma estudante neste confronto", disse um porta-voz do ministério à agência de notícias Isna.
Um vídeo transmitido online e verificado pela AFP mostra famílias pedindo explicações em frente à escola, localizada no bairro de Salsabil.
Mais tarde naquela noite, manifestantes tomaram as ruas do mesmo bairro, gritaram palavras de ordem contra o governo e queimaram lixo, de acordo com outros vídeos que a AFP não conseguiu verificar a veracidade.
"Morte ao ditador", "Morte à Guarda Revolucionária", gritavam mulheres que se manifestavam nas estações de metrô de Teerã, segundo vídeos compartilhados no Twitter.