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Susana Naspolini: relembre luta da repórter contra o câncer, em seis tratamentos desde os 18 anos

Foi diagnosticada primeiro com linfoma de Hodgkin, depois passou por tratamentos contra câncer na mama, na tireoide e na bacia, com metástase nos ossos

Susana Naspolini, jornalista - Reprodução/Instagram

Internada desde a semana passada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a jornalista Susana Naspolini, não resistiu a seu sexto tratamento contra o câncer e morreu nesta terça-feira (25), aos 49 anos. A repórter lutava há dois anos contra um câncer na bacia, que já havia feito metástase. Na última sexta-feira (21), a filha da repórter da TV Globo, Julia, postou um relato emocionado em vídeo, pedindo orações e informando que o estado de saúde da mãe é gravíssimo.

Nesta terça, Julia usou novamente o perfil da mãe para dar a notícia de sua morte: "Oi, amigos, Julia aqui. É com o coração doendo que venho contar pra vocês que a mamãe não está mais com a gente. Ela lutou muito, nossa guerreira! Agradeço muito pelas orações, muito mesmo, muito obrigada, mas infelizmente não deu", informou a jovem de 16 anos.

Primeiro diagnóstico aos 18 anos
O primeiro diagnóstico de câncer de Susana, aos 18 anos, foi um linfoma de Hodgkin. Aos 37, em 2010, quando já fazia parte do Grupo Globo (onde está desde 2002), ela foi diagnosticada com um tumor maligno na mama e, logo em seguida, com um câncer na tireoide. Na época, ela já apresentava o quadro "RJ Móvel", no RJ1 TV Globo do Rio, no qual começou em 2008.

Sua atuação ficou marcada pela ida a bairros e municípios da região metropolitana do Rio para apontar problemas locais e cobrar das autoridades responsáveis, sempre com um calendário em punho, para marcar a data de retorno e atestar se o problema foi solucionado. Seu improviso e abordagens bem-humoradas a transformaram numa das repórteres mais populares do telejornal, o que também levava uma multidão de fãs a se solidarizar com ela a cada necessidade de novo tratamento.

Em 2016, Susana enfrentou mais uma vez outro câncer de mama, que em 2020 evoluiu para uma metástase nos ossos. Após se tratar com quimioterapia oral, ela informou ter melhorado. Em março deste ano, contudo, ela informou em seu perfil no Instagram que o tratamento não obtivera o resultado esperado e ela teria que passar a uma quimioterapia venosa. Recentemente, ela raspou os cabelos, mesmo utilizando uma touca especial para evitar a queda dos cabelos decorrente das sessões de quimio.

"Nos meus diagnósticos de câncer (linfoma, tireoide, duas vezes na mama e mais recentemente na bacia), meu primeiro impulso foi chorar e me desesperar. Mas refleti que estou tratando o câncer desde os 18 anos. Hoje tenho 48. Se lá aos 18 eu tivesse me desesperado, como teria sido?" disse Susana ao EXTRA, em setembro de 2021

Em entrevista, Susana comentou que o tratamento com a quimio venosa não tem prazo nem número de sessões definidas para terminar. A cada três dias, um exame que identifica alterações nas células chamado PET-Scan indicava a necessidade de alguma adaptação no tratamento. Em 2019, a repórter lançou o livro "Eu escolho ser feliz", uma autobiografia que enfatiza sua luta contra o câncer e o otimismo que diz ser seu motor de superação para seguir em frente.