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PIB dos EUA cresce 2,6% no terceiro trimestre, após queda na primeira metade do ano

Consumo das famílias e do governo impulsionaram a economia americana, ao lado das exportações

Times Square, em Nova York - Kena Betancur/Getty Images North America/AFP

O PIB americano cresceu 2,6% no terceiro trimestre, na taxa anualizada, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27). Nos dois trimestres anteriores, a economia dos EUA havia encolhido, o que caracteriza recessão técnica. O ritmo de avanço no consumo das famílias surpreendeu analistas, diante de uma inflação em trajetória crescente.

O desempenho ficou levemente acima da expectativa do mercado. Projeção da Bloomberg apontava para expansão do PIB do país de 2,4%.

De acordo com o Departamento do Comércio dos EUA, o crescimento se deve ao avanço do consumo, das exportações, além dos gastos do governo.

O consumo subiu 1,4% na base anualizada, contra previsões de 1%. Esse quadro alivia as preocupações imediatas de que os EUA estariam em recessão ou muito próximo dela.

Na definição clássica, dois trimestres seguidos de retração permitiriam essa classificação, mas o órgão que determina os ciclos recessivos no país, o National Bureau of Economic Research (NBER), considera outros indicadores, como taxa de desemprego, consumo e produção industrial.

O mercado de trabalho está forte nos EUA, e o consumo se mostrou resiliente no trimestre. O que seria uma boa notícia, porém, pode agravar o cenário inflacionário. Com o avanço do emprego, a demanda de consumo tente a aumentar, pressionando a inflação.

E inflação mais alta significa que o ciclo de aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ser mais longo, eventualmente levando a maior economia do mundo a uma recessão. A próxima reunião da instituição será em 2 de novembro. Espera-se que a taxa de juros seja elevada em mais 0,75 ponto percentual, o que seria a quarta alta no ano.