Estados Unidos

Economia dos EUA retoma crescimento no 3º trimestre

De julho a setembro PIB dos Estados Unidos cresceu 2,6%

Bandeira dos Estados Unidos. - Brett Sayles / Pexels

A economia dos Estados Unidos retomou o crescimento no terceiro trimestre do ano, após contração nos dois trimestres anteriores, e dá algum alívio ao presidente Joe Biden antes das eleições legislativas de meio de mandato, embora uma recessão possa ser apenas uma questão de tempo.

Nos três meses de julho a setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 2,6% a uma taxa anualizada, conforme a primeira estimativa do Departamento do Comércio divulgada nesta quinta-feira (27).

A maior economia do mundo está se expandindo pela primeira vez desde o início de 2022, e a recuperação é mais forte do que o previsto. Analistas esperavam um crescimento de 2,3% do PIB no terceiro trimestre do ano.

O PIB dos EUA encolheu nos dois primeiros trimestres de 2022, caindo 1,6% e, depois, 0,6%, em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas sem entrar em recessão, segundo o governo Biden e muitos economistas.

Embora dois trimestres consecutivos de queda do PIB correspondam à definição comumente aceita de recessão, a solidez do mercado de trabalho em particular significa que a maior economia do mundo não se enquadra nessa categoria.

O cálculo do PIB à taxa anualizada, medida preferida pelos Estados Unidos, compara com o trimestre anterior e projeta a evolução ao longo de todo ano.

O crescimento é de 0,6% se comparado apenas com o trimestre anterior, como fazem outras economias avançadas.]

 Bálsamo para Biden
O presidente Joe Biden aproveitou os dados de quinta-feira para elogiar a força da recuperação econômica dos Estados Unidos.

"Durante meses, os pessimistas argumentaram que a economia dos Estados Unidos estava em recessão, e os republicanos no Congresso estimulavam" essa ideia, lançou o presidente, em campanha para as eleições de 8 de novembro.

"Mas hoje tivemos mais evidências de que nossa recuperação econômica continua avançando", acrescentou o presidente.

Esses dados mostram “uma dinâmica positiva dos gastos das famílias, uma recuperação no investimento das empresas e uma fraqueza persistente no investimento imobiliário”, disse Rubeela Farooqi, economista da HFE, em uma nota.

"No futuro, os riscos estão orientados para baixa, em particular para o consumo, já que as famílias continuam enfrentando dificuldades com os preços altos e uma provável desaceleração no crescimento do emprego" no país, completou.

"A força do dólar e a fraqueza do crescimento global limitarão as exportações", antecipou Ian Shepherdson, economista da Pantheon Macroeconomics.

O aumento é uma boa notícia para Biden antes da eleição. Mas os riscos de recessão persistem para os próximos meses.

No início do mês, o próprio Biden chegou a mencionar a possibilidade de uma "recessão muito leve".

O tema central da economia americana é a inflação, que se mantém em torno de seu nível mais alto em 40 anos, de 8,2% nos 12 meses até setembro nos Estados Unidos, e corrói o poder de compra das famílias. A questão é delicada, sobretudo, porque o remédio para esse aumento de preços é desacelerar a economia, aumentando as taxas de juros.