Opinião

Que Brasil queremos?

Fábio: "A vitória no domingo não pode ser de um homem ou partido, mas de todos" - Cortesia

Na reta final das eleições no Brasil temos uma certeza, alguém vai ganhar no dia 30 de outubro. Mas, nós também temos uma incerteza, e que não acabará com a decisão do pleito, quantos vão perder? Na verdade, a pergunta certa seria: quantos já perderam?

Nesta eleição, sobraram ataques e faltaram propostas. As campanhas foram extremamente personalistas. Os candidatos trocaram acusações, ofensas e xingamentos entre si. O avanço da desinformação - e das fake news - transformou os debates em ringues. 

A violência motivada por discursos de ódio e divergências ideológicas ganhou expressivos contornos. Fez pairar sobre os cidadãos uma ameaçadora nuvem de medo e insegurança. A ansiedade eleitoral ganhou espaço no nosso regime democrático, que é incompatível com conflitos que ameaçam a liberdade e a vida das pessoas.

Ficamos, então, impedidos de pensar sobre o que realmente importa: o Brasil que queremos que, certamente, não é o que temos.

O nosso país se afastou da meta de erradicar a pobreza. O ano de 2021 terminou com o recorde histórico de 62,9 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. A fome atinge, hoje, 33,1 milhões de pessoas.

Enfrentamos a Covid-19, mas a crise na saúde se instalou. A ausência de políticas públicas ampliou as desigualdades sociais e econômicas. Iniquidades que se colocam como obstáculos ao desenvolvimento nacional.

Escolher um candidato não vai ser uma escolha fácil. A vitória, no próximo domingo, não pode ser de um homem ou um partido, mas precisa ser de todos - sem distinção de classe, cor, sexo, orientação política ou religiosa. Cabe a nós trazer o debate social que faltou entre os candidatos, fazer as propostas para melhorar a nossa qualidade de vida e transformar o país que vamos deixar para as próximas gerações. 



*Empreendedor social e idealizador da Casa Zero


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