PATRIMÔNIO

Governo do Estado quer ceder Chalés do Carmo para o Elefante de Olinda

Projeto de lei enviado à Alepe prevê que os imóveis sejam reformados e transformados em sede do bloco carnavalesco

Conjunto de casas localizado no Sítio Histórico de Olinda - Google Street View/Reprodução

O governador Paulo Câmara enviou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a proposta de ceder ao Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda um conjunto de imóveis de propriedade do Estado conhecidos como Chalés do Carmo, que ficam localizados na Avenida Sigismundo Gonçalves, no Sítio Histórico de Olinda. 

O projeto de lei de número 3717/2022, que foi enviado para a avaliação dos deputados federais, foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (28). A ideia é que, para utilizar os seis imóveis (646, 654, 670, 680, 690 e 700) como sede, a agremiação cumpra com algumas condições impostas.
 

De acordo com a proposta, o Elefante de Olinda terá arcar com a restauração e a preservação das casas. A entidades também terá que promover no espaço “programas, projetos e ações de natureza social, educacional e de fomento à cultura popular”.

“A iniciativa da presente proposição normativa se justifica pela necessidade de se dar a adequada destinação aos imóveis de propriedade do Estado, inclusive, quando couber, a partir da promoção de parcerias com a comunidade, preservando-se sempre o interesse público e a conveniência administrativa”, afirma o texto de justificativa enviado à Alepe.

Construídos entre 1893 e 1894, os Chalés do Carmo encontram-se abandonados e em estado de deterioração. O conjunto pertenceu ao comerciante português João Fernandes de Almeida, que presenteou suas filhas, Zulmira, Beatriz, Alice e Julieta, batizando as casas com os nomes de cada uma delas. Em 1977, os imóveis foram desapropriados pelo Estado. 

Se a cessão do conjunto ao Elefante de Olinda for aprovada, o espaço funcionará como nova sede do bloco  de carnaval. A agremiação possui mais de 70 anos de tradição nos carnavais olindenses e, desde 2020, é considerada Patrimônio Vivo de Pernambuco. 

Segundo Fernando Nigro, o pedido de cessão das casas foi entregue ao Governo de Pernambuco em 2021. “Sabemos que recuperar esse patrimônio não será uma tarefa fácil, mas o Elefante está disposto a reunir todos os esforços para isso. Nunca tivemos uma sede e não haveria um lugar melhor para isso”, comentou Fernando Nigro, vice-presidente do clube carnavalesco.