Homem que atacou marido de Nancy Pelosi procurava a líder democrata da Câmara
Agressor atacou com martelo esposo da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi
Um agressor atacou com um martelo o esposo da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, após invadir sua casa na Califórnia nesta sexta-feira (28) em busca da líder democrata, informaram autoridades.
O agressor "exigia ver a presidente da Câmara" e "ameaçou de morte" Paul Pelosi, informou o porta-voz da política, Drew Hamill.
A polícia disse que quando os agentes chegaram à casa da vítima em San Francisco, pouco antes das 02h30 da madrugada (06h30 de Brasília), o agressor e Paul Pelosi estavam brigando por um martelo.
O chefe de polícia de San Francisco, Bill Scott, disse que o motivo da agressão ainda não havia sido esclarecido.
"Quando os agentes chegaram ao local dos fatos, encontraram um homem adulto e o marido da senhora Pelosi, Paul", disse Scott aos jornalistas.
"Nossos agentes viram que o senhor Pelosi e um suspeito seguravam, ambos, um martelo. O suspeito afastou o martelo do senhor Pelosi e o agrediu violentamente com ele", provocando-lhe ferimentos na cabeça e no corpo.
A titular da Câmara de Representantes, segunda na linha de sucessão à Presidência, estava em Washington naquele momento.
Scott identificou o agressor como David Depape, de 42 anos, e disse que ele seria acusado de tentativa de homicídio, agressão com arma letal, roubo e outros delitos.
Hamill acrescentou em nota que o marido da presidente da Câmara, de 82 anos, estava "recebendo um excelente atendimento médico e espera-se que se recupere completamente".
O presidente Joe Biden ligou para Pelosi para declarar seu apoio pelo "ataque horrível", informou a Casa Branca.
"Está contente porque espera-se uma recuperação completa. O presidente continua condenando qualquer tipo de violência e pede que se respeite o desejo de privacidade da família", disse a secretária de imprensa de Biden, Karine Jean-Pierre, em um comunicado.
'Indignado'
O invasor entrou na casa através de uma porta de vidro deslizante, reportou o jornal Wall Street Journal, citando agentes de polícia que falaram sob condição de anonimato.
O agressor manifesta ideias de extrema direita em seus perfis nas redes sociais, incluindo teorias da conspiração sobre a covid-19, disse um dos oficiais à publicação.
O ataque acontece em um ano conturbado para o marido de Pelosi, que foi declarado culpado de dirigir alcoolizado depois de um acidente em maio, e condenado a cinco dias de prisão.
Faltando menos de duas semanas para as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, conhecidas como "midterms", integrantes dos dois partidos - democratas e republicanos -alertam para a violência no contexto das eleições.
Segundo a polícia do Capitólio, as ameaças contra legisladores mais que dobraram desde 2017, superando as 9.000 anuais.
Membros dos dois partidos manifestaram apoio a Pelosi nas redes sociais, e muitos sugeriram que o ataque era consequência do aumento da retórica violenta no discurso político.
Adam Kinzinger, membro republicano do comitê da Câmara dos Representantes que investiga a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021, culpou as teorias conspiratórias difundidas por Donald Trump e seus seguidores de extrema direita.
"Quero ser claro: quando se convence as pessoas de que os políticos fraudam as eleições, bebem o sangue de bebês, etc., haverá violência. Devemos rejeitar isso", disse.
Além de Kinzinger, o líder da bancada republicana na Câmara, Steve Scalise, disse que estava "indignado" com o ataque.