Política

Contas de Carla Zambelli nas redes sociais são suspensas após decisão judicial

Deputada bolsonarista incentivou protestos antidemocráticos após divulgação do resultado das eleições

Deputada Carla Zambelli - Cleia Viana / Câmara dos Deputados

Por decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve suas contas em redes sociais suspensas nesta terça-feira. A decisão de Moraes é sigilosa, mas a informação foi confirmada pelo jornal O Globo.

A suspensão dos perfis da parlamentar, que é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), teve como base a resolução aprovada pela Corte. A determinação permite a remoção rápida de notícias falsas das redes sociais.

Como O Globo mostrou, a deputada era uma das parlamentares bolsonaristas a incentivar atos antidemocráticos após o anúncio da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Em um dos posts publicados pela deputada, Zambelli parabenizou os caminhoneiros e pediu que permanecessem fazendo os protestos.

Em nota, Zambelli afirmou que " o Parlamento está sendo violado, censurado e calado" . A parlamentar afirma ainda que teve seu acesso a aplicativo de mensagens, como o WhatsApp, inviabilizado. Zambelli criticou Moraes que, segundo ela, está criando um "código de inibições".

"O objetivo do TSE é eliminar qualquer reação espontânea de Carla Zambelli nas redes sociais e trocar por uma atmosfera de inibição de pensamento. Em nome da democracia, extingue o direto às reações naturais", diz a parlamentar.

A deputada bolsonarista tem gerado crises para o governo desde a véspera das eleições. No sábado, Zambelli sacou uma arma e perseguiu um homem em São Paulo. Após a confusão, um segurança da parlamentar chegou a ser preso por ter atirado durante a confusão. Ele foi solto após pagamento de fiança.

Nesta terça-feira, o PSOL pediu a cassação da deputada por quebra de decoro parlamentar. No pedido, o partido argumenta que Zambelli agiu violentamente por questões políticas. O partido argumenta ainda que a bolsonarista mentiu ao afirmar que teria sido agredida e por isso sacou a arma contra apoiador de Lula. O documento menciona ainda o viés racista da violência praticada por Zambelli.

" Conforme se destacou no vídeo publicado pela própria Representada com o escopo de justificar seu ato de selvageria, se referiu por diversas vezes à vítima como “um negro”, revelando o que a Representada pensa sobre a população negra brasileira, motivo pelo qual a sua permanência no Câmara dos Deputados é atentatória ao decoro desta Casa", diz o texto.