Amazon cita cenário econômico e anuncia congelamento de novas contratações

No entanto, medida exclui os setores de 'linha de frente' da empresa, como operações e transportes

A Amazon decidiu que vai pausar as novas contratações enquanto se prepara para enfrentar um momento de desaceleração na economia. Nas últimas semanas, a maior varejista on-line do mundo já começou a interromper o recrutamento de funcionários em diversos cargos, incluindo na área de publicidade.

O anúncio desta quinta-feira, no entanto, exclui as áreas de "linha de frente da empresa", como as de transporte e operação, onde milhares de trabalhadores embalam e enviam os produtos.

Em um post no blog corporativo nesta quinta-feira, a chefe dos recursos humanos da Amazon, Beth Galetti, disse que a decisão foi tomada nesta semana pelos executivos seniores.

“Prevemos manter essa pausa nos próximos meses e continuaremos monitorando o que estamos observando na economia e nos negócios para ajustar conforme acharmos que faz sentido”, escreveu Galetti.

Dependendo do mercado, a Amazon poderá substituir os empregados que forem desligados da empresa, e há alguns "lugares direcionados" em que a companhia aumentará suas fileiras, disse Galetti, acrescentando que há planos de contratar “um número significativo de pessoas” em 2023.

A Amazon praticamente dobrou o número total de funcionários durante a pandemia, para dar conta dos pedidos feitos no período de isolamento social, quando as pessoas passavam mais tempo em casa. Com a mudança no comportamento do consumidor, que retomou os hábitos de compras pré-pandemia, a empresa começou a enxugar os cargos nas operações logísticas.

Com o cenário econômico tornando-se mais sombrio, ficou claro que uma desaceleração no crescimento das vendas on-line veio para ficar, o que levou a cortes nos escritórios da Amazon.

Além de sua cidade natal, Seattle, onde a Amazon é a maior empregadora, a empresa possui importantes postos avançados corporativos e de pesquisa e desenvolvimento perto de Washington, na área da Baía de São Francisco, Los Angeles e Austin, entre outras cidades.

No final de setembro, a empresa empregava 1,544 milhão de pessoas em todo o mundo, um aumento de cerca de 6% em relação ao ano anterior. Em outubro, a Amazon disse que contrataria cerca de 150 mil trabalhadores sazonais para lidar com a temporada de compras de fim de ano, o mesmo número do ano anterior.

Na semana passada, quando a Amazon previu o crescimento mais lento de todos os tempos, o diretor financeiro Brian Olsavsky disse que a empresa estava “tomando medidas para apertar o cinto”.