Banco Central Europeu planeja 'medidas adicionais' se inflação persistir, diz presidente
BCE busca combater inflação alimentada pelos efeitos da invasão armada da Rússia
O Banco Central Europeu (BCE) adotará novas medidas, rapidamente, caso a inflação alta persista e as expectativas de médio prazo se deteriorem, alertou sua presidente, Christine Lagarde, nesta sexta-feira (4).
Entre julho e outubro, a instituição guardiã do euro aumentou suas taxas em 2%, algo nunca visto em sua história.
Demonstrou, com isso, sua determinação de reduzir a inflação, que ultrapassa os 10% na zona do euro, impulsionada pelos preços da energia.
"Precisamos tomar medidas adicionais até estarmos mais convencidos de que a inflação voltará à meta a tempo", acrescentou Lagarde, em um discurso em Tallinn, na Estônia.
A presidente do BCE sugere que as taxas poderão continuar subindo para além do nível “neutro”, o qual não penaliza, nem favorece a atividade e que será alcançado nos próximos meses.
O BCE quer combater, a todo custo, a inflação alimentada pelos efeitos da invasão armada da Rússia na Ucrânia e impedir que a inflação se enraíze na economia.
Suas medidas para reduzir a demanda podem, no entanto, piorar a recessão que se anuncia na zona do euro.
"Embora os dados recentes sobre o crescimento do PIB tenham surpreendido para alta, o risco de recessão aumentou", reconheceu Lagarde.