Transição

Lula diz que é possível recuperar a normalidade da convivência entre instituições

Presidente eleito concedeu entrevista coletiva, hoje (09), depois de se reunir com autoridades, em Brasília

Em coletiva, o presidente eleito Lula fala sobre reuniões em Brasília - Sérgio Lima/AFP

Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (9), depois da reunião que fez com autoridades em Brasília, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ser “plenamente possível recuperar a normalidade da convivência entre instituições”.

Lula disse, ainda, que se candidatou com o compromisso de que é possível resgatar não só a cidadania do povo, mas também recuperar a harmonia entre os poderes. “Instituições foram atacadas, violentadas pela linguagem nem sempre recomendável de algumas autoridades ligadas ao governo", complementou ele.

 

Quanto a relação que manterá com o centrão, Lula lembrou que já fui deputado e presidente da República. Para ele, o governante tem que ter clareza para lidar com as pessoas que foram eleitas. “Temos que convencer das coisas importantes para o país. Não tem que olhar o Congresso e "ah, o centrão". O centrão é um conjunto de partidos que temos que conversar e tentar convencer das nossas propostas", justificou.

Lula adiantou que não vai interferir nas eleições do Congresso. Em fevereiro, Câmara e Senado vão escolher seus presidentes. O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), quer ser reeleito.

Lula acredita que não cabe a ele, como presidente da República, interferir no processo de eleição do Senado ou da Câmara. “Quem vai decidir quem será o presidente das Casas serão senadores e deputados. O papel do presidente da República não é gostar ou não de presidente, é conversar com quem dirija a instituição”, explicou Lula.

Quanto aos bloqueios ilegais em rodovias do país, promovidos por apoiadores inconformados do presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que não se tem do que protestar. "Deviam dar graças a Deus pela diferença ter sido menor que aquilo que nós merecíamos ter de votos. E eu acho que é preciso detectar quem é que está financiando esses protestos que não têm pé nem cabeça. Ofensas a autoridades, ameaças de fechamento, agressão verbal”, afirmou.