Educação

Confira 5 dicas para fazer uma boa redação no Enem no próximo domingo

Considerada "vilã" das provas, professora explica que a redação não deve ser temida se o estudante se preparar bem.

A redação pode ser um momento, mas requer atenção - Divulgação

Na reta final para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, é preciso estar preparado não apenas para as provas objetivas, mas também para a redação. Ela será aplicada no próximo domingo (13), primeiro dia de provas, junto com o teste de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e o de Ciências Humanas e suas Tecnologias. No domingo seguinte, 20 de novembro, os candidatos realizam as provas Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. 

Vládia Medeiros, professora de Língua Portuguesa, da Escola Conecta, explica que a redação do Enem obedece a uma estrutura básica, composta pela apresentação do tema, a defesa de um ponto de vista baseada em argumentos e, por fim, uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto.

Focar em textos de opinião e pesquisar notícias da atualidade
A docente lembra que entre os pré-requisitos para se obter uma boa nota na redação dos processos seletivos estão o hábito da leitura e a prática de produções textuais de tipo dissertativo-argumentativo, aquelas que apresentam a defesa de um ponto de vista por meio de argumentos. Para a professora, é necessário privilegiar a leitura de noticiários atuais, além de entrevistas e documentários de caráter social, para aprimorar o texto argumentativo e até percepções básicas, como ortografia. 

“Por meio desses hábitos, é possível melhorar o vocabulário e evitar o uso inadequado de vírgulas e crases no texto, por exemplo. Além disso, o candidato consegue reforçar seu poder de argumentação em defesa de um ponto de vista”, aconselha Vládia.

Fontes seguras de informação
A professora Vládia ressalta que é importante que os estudantes busquem informações com fontes seguras, pois muitos dos raciocínios de grandes veículos de comunicação e influenciadores de opinião podem servir como estratégias argumentativas em textos, independentemente do processo seletivo ou do tema. A educadora também recomenda aplicativos de informação e podcasts com temáticas atuais. 

“Todos sabemos que a internet é um grande meio de acesso a informações em tempo real; mas é preciso estar atento: a escolha de sites confiáveis faz com que o leitor filtre as notícias falsas, estando, assim, bem informado. O acompanhamento de aplicativos informativos e de podcasts que contenham temáticas atuais também contribui para um conhecimento mais completo sobre inúmeros assuntos”, diz ela, orientando também o estudante a acompanhar as aulas com assiduidade e comprometimento, sempre tirando as dúvidas com os professores e fazendo bom proveito do tempo em que está na escola. 

Organizar as ideias
Um dos erros mais comuns nas redações, segundo a professora Vládia, é a falta de organização das ideias do texto. A construção de períodos longos e a falta de elementos coesivos são os grandes responsáveis por isso. “Se, ao terminar a leitura do texto, o corretor tiver de retornar para entender o que o candidato quis expor, será um sinal de que está desorganizado e, por isso, inconsistente”, alerta.

Regras gramaticais
Parece óbvio, mas além da falta de organização das ideias, a inadequação de regras de pontuação, concordância e ortografia também são responsáveis pela perda de pontuação na redação. “Por isso, a atenção à escrita deve ser redobrada, e a leitura precisa ser um hábito na rotina de estudos”, aponta a professora.

Avaliar sobre o que pode “cair” na prova de redação
Refletir um pouco sobre o que pode e o que não pode ser tema de uma redação é importante. Temáticas ambientais, socioculturais e comportamentais, como preconceito e desigualdade, foram as três abordagens mais comuns nas últimas provas do Enem e que, portanto, têm grandes chances. Tecnologia e educação financeira também são temas que estão em alta, segundo a professora. 

“O fato de a proposta de redação do Enem pontuar situações de preconceito ou desigualdade bastante evidentes em nossa sociedade é uma maneira de fazer com que os estudantes de Ensino Médio se voltem para essas questões em um momento crucial de sua formação. Então, uma condição imprescindível para realizar uma boa prova é ler com cautela informações de atualidades ambientais, socioculturais e comportamentais, além de saber como o pensamento clássico pode nos ajudar a discutir e minimizar impactos relacionados a essas situações. Entender leis e seu hiato de aplicação é outra estratégia para a formação cidadã e a obtenção de boas argumentações no texto do Enem”, opina a professora Vládia. 

Segundo ela, por mais que pareçam óbvios, os temas são relevantes. “Rememorando e parafraseando as ideias imortais de Nelson Rodrigues, o óbvio precisa ser dito, escrito e discutido, porque muitas vezes normalizar uma situação é negar a alguém cidadania”.