Paulinho da Viola 80 anos: 'amor' foi a palavra mais repetida em seu acervo de composições
"Príncipe do Samba" é o mais novo oitentão da safra de Milton Nascimento, Caetano e Gil, e celebra aniversário neste sábado (12)
Um tiquinho de reflexão, por gentileza, para que você, leitor, abstraia o privilégio de ocupar o mesmo espaço de tempo da geração de Milton Nascimento, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Acha pouco? Que tal incluir nesse rol Paulinho da Viola, aniversariante deste sábado (12). O "Príncipe do Samba" celebra 80 anos de vida - e que vida, na música, na arte e no samba.
Carioca, nascido em 1942, Paulo César Batista de Faria é parte da safra incontestável da Música Popular Brasileira (MPB) e, portanto, é nome para ser conclamado diariamente e em meio à atemporalidade que impõe sua vastidão artística envolta em sambas e chorinhos no decorrer de pouco mais de cinco décadas de trajetória.
Com infância permeada por nomes como Pixinguinha e Jacob do Bandolim, ouvidos em meio à influência do pai, o violonista César Farias (1919-2007), o gosto pelo gênero samba vem da essência de Paulinho da Viola, desde sempre elegante e tomada por letras irretocáveis.
Entusiasta do presente sem, contudo, abandonar o passado, na música Paulinho não faz o tipo 'contemporâneo', tampouco apressa-se em acompanhar o mercado, já que quem é dono de sambas como "Foi um Rio que Passou em Minha Vida" (1970), "Coração Leviano" (1977) e "Eu Canto Samba" (1987), essenciais, portanto, em qualquer roda, a qualquer tempo e lugar, não se "preocupa" com concorrências mercadológicas - e 'en passant' quase sempre.
Amor, a palavra mais repetida
Não causa espanto constatar que 'amor' foi a palavra mais repetida por Paulinho da Viola ao longo do seu acervo musical. A palavra ficou na ponta de um ranking elaborado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Por pelo menos 13 vezes o sambista entoou a palavra 'amor' em suas andanças musicais, que somam pouco mais de 200 composições. Já 'vida' e 'viver' vêm a seguir, com 9 citações, 'samba' tem sete e 'coração' foi citada por ele seis vezes.
Show no Recife
Tal qual Milton, que segue na estrada em tom de despedida de carreira e celebrando as oito décadas de vida - completadas no último 26 de outubro - Paulinho da Viola também está com o pé na estrada em turnê "Paulinho da Viola - 80 anos". Pelas bandas de cá de Pernambuco, ele se apresenta em maio de 2023, no Teatro Guararapes.
As mais gravadas
Além de elencar as palavras mais repetidas nos trabalhos de Paulinho da Viola, o Ecad também foi em busca das canções do compositor carioca mais gravadas. São elas, por ordem:
1 - Foi um Rio que Passou em Minha Vida
2 - Coração Leviano
3 - Choro Negro
4 - Tudo se Transformou
5 - Sinal Fechado
6 - Argumento
7 - Dança da Solidão
Sei lá Mangueira
8 - Sarau para Radamés
9 - Onde a Dor não tem Razão
10 - Para Ver as Meninas
As mais ouvidas
Já no ranking das mais ouvidas na última década, em rádios, shows, casas de festas e outras ocasiões e locais, segue a lista:
1 - Foi um Rio que Passou em Minha Vida
2 - Coração Leviano
3 - Argumento
4 - Dança da Solidão
5 - Pecado Capital
6 - Timoneiro
7 - Onde a Dor não tem Razão
8 - Na Linha do Mar
9 - Eu Canto Samba
10 - Sinal Fechado
11 - Para Ver as Meninas
12 - Moema Morenou
13 - Guardei Minha Viola
14 - A Maldição do Samba
15 - Roendo as Unhas
16 - Sei Lá Mangueira
17 - Choro Negro
Tudo se Transformou
18 - Rosa de Ouro
19 - Para um Amor no Recife
20 - Coisas do Munha Minha Nega