CULTURA

Fundaj realiza celebração para premiar os vencedores do 2ª Concurso Nordestino do Frevo

O evento contou com lançamento do livro "Ao compasso do frevo", premiações e muita música

2ª Concurso Nordestino do Frevo - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizou, na tarde deste sábado (12), no campus Gilberto Freyre, no hall do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), em Casa Forte, uma cerimônia presencial, com a participação de blocos líricos, maracatus e do homenageado, o compositor Getúlio Cavalcanti. O evento, aberto ao público, foi organizado para a premiação dos vencedores do II Concurso Nordestino do Frevo e lançamento do livro “Ao compasso do frevo”.

A publicação tem selo da Editora Massangana e reúne a história das composições e dos artistas premiados na primeira edição do concurso, com destaque para o homenageado da época, o Maestro Duda. A versão física do álbum com as dez composições vencedoras do I Concurso Nordestino de Frevo, que foi gravado no início deste ano sob a direção musical de Nilson Lopes, também será apresentada ao público.
 

A abertura do festival começou, justamente, com o lançamento da obra e contou com apresentações de Antônio Campos, presidente da Fundaj, Mário Hélio Gomes de Lima, diretor da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da instituição, e Karla Veloso, coordenadora de Comunicação da Fundação e organizadora da publicação.

Pelo pátio do museu, foi possível encontrar não só amantes da música regional como também poetas, cordelistas, saxofonistas, dançarinos de maracatu e até compositores. Entre eles, estava Isaac Sete cordas, músico com mais de 40 anos de história. “Estamos aqui hoje prestigiando meu amigo e parceiro, o maestro Zildemar, e para não deixar o frevo morrer. Porque o frevo é resistente e se não fosse por prêmios como este, o gênero ficaria mais esquecido do que já está”, explica Isaac.

Durante o evento, o homenageado deste ano, o compositor e intérprete Getúlio Cavalcanti, subiu ao palco montado no jardim do Muhne, acompanhado de sua filha e sua neta, para contagiar os foliões com seus frevos clássicos, que marcaram e ainda marcam os nossos carnavais. Dono de uma obra que atravessou décadas e gerações, Getúlio foi o vencedor da categoria Frevo de Bloco na edição passada do certame com a composição ‘É Fantasia’.

Gerações do frevo

"Desde da década de 1957 me entusiasmei com o frevo e não deixei mais. São mais de 60 anos comendo poeira e trabalhando duro nos blocos. Hoje estou sendo homenageado aqui nessa casa maravilhosa histórica que é a Fundação Joaquim Nabuco", comenta Getúlio Cavalcanti, também autor do livro "Por quem os blocos cantam".

“Amamos música e ouvíamos tudo, mas lá em casa o frevo reinou. Meu pai sempre me mostrava tudo em primeira mão, eu era a primeira a ouvir. Desde os 4 anos eu comecei a cantar em casa e me apaixonei pelo som”, lembra Alessandra Cavalcanti, segunda geração do frevo da família Cavalcanti. 

“É uma alegria estar aqui nesse festival que simboliza a união da minha família e nossa história com a música. isso nos fortalece já que a música é algo muito presente na minha vida e eu quero levar isso para minhas próximas gerações também”, explica Beatriz Cavalcanti, neta de Getúlio que faz parte da banda desde os 10 anos.

 

Em seguida, aconteceu a entrega dos prêmios e as apresentações das composições vencedoras de 2022 nas categorias de Frevo de Bloco, Frevo Livre Instrumental, Frevo Canção e Frevo de Rua. Entre as ganhadoras está Pandora Calheiros, uma jovem prodígio de apenas 18 anos, que chorou e se emocionou a receber o prêmio das mãos do Maestro Duda, arranjador musical, oboísta e maestro pernambucano.

Confira os vencedores do II Concurso Nordestino do Frevo:

Frevo de Rua
1. "Pollyanna no Passo", de Zildemar
2. "Freviolando", de Renato Bandeira
3. "Rua da Aurora", de Bené Sena

Frevo de Bloco
1. "Coração de Vendaval", de Rogério Rangel
2. "Cinzas de Quarta-Feira", de Pandora Calheiros
3. "Pelas Ruas de Olinda", de Nelson Gusmão e Manoel de Jesus Tavares Oliveira

Frevo Canção
1. "Procissão", de Rafael Marques e José Demóstenes
2. "DNA Pernambucano", de Roberto José da Silva
3. "Cariri passou dos cem" Fátima de Castro e Braulio de Castro

Frevo Livre Instrumental
1. "Um Frevo pro Meu Pai", de Thiago Oliveira