Colisão de aviões da 2ª Guerra Mundial em show deixa 6 mortos nos EUA
Depois da colisão, os aviões aparentemente se partiram em vários pedaços grandes, antes de caírem no solo, provocando uma enorme explosão que resultou em uma enorme bola de fogo e uma coluna de fumaça preta
Seis pessoas morrerem em um acidente aéreo ocorrido neste sábado (12), quando dois aviões da Segunda Guerra Mundial se chocaram em pleno ar durante um espetáculo aéreo em Dallas, Texas, no sul dos Estados Unidos, informaram autoridades neste domingo (13).
"Segundo o médico legista do condado de Dallas, são seis mortes no total pelo acidente de ontem [sábado] no espetáculo aéreo 'Wings over Dallas'", escreveu no Twitter Clay Jenkins, principal funcionário eleito do condado de Dallas.
O incidente aconteceu no pequeno Aeroporto Executivo de Dallas e envolveu um bombardeiro Boeing B-17 Flying Fortress e um caça Bell P-63 KingCobra, informou a agência de aviação dos EUA, conhecida pela sigla FAA, em um comunicado emitido anteriormente.
O prefeito de Dallas, Eric Johnson, classificou o incidente como "uma tragédia terrível" e garantiu que "nenhum espectador nem ninguém em terra ficou ferido".
Vídeos feitos por espectadores no local viralizaram nas redes sociais e mostram imagens do caça descendo em direção ao B-17, que voava mais baixo, e se chocando contra ele em pleno ar enquanto faziam círculos ao redor do aeroporto.
Depois da colisão, os aviões aparentemente se partiram em vários pedaços grandes, antes de caírem no solo, provocando uma enorme explosão que resultou em uma enorme bola de fogo e uma coluna de fumaça preta.
A colisão espalhou pedaços das aeronaves pelo terreno do aeroporto, e também em um centro comercial e em uma rodovia próxima, que permaneceu fechada durante horas, disse Johnson.
Cerca de 5.000 pessoas assistiram no sábado ao Wings Over Dallas Airshow, um espetáculo de aviões militares da década de 1940, realizado durante o fim de semana prolongado pelo feriado de 11 de novembro, o Dia dos Veteranos de Guerra, a poucos quilômetros do centro de Dallas.
Os eventos da apresentação que estavam previstos para este domingo foram cancelados. A FAA disse que seus agentes e os da Junta Nacional de Segurança no Transporte investigariam o ocorrido.
Voluntários experientes
Hank Coates, responsável pela Força Aérea Comemorativa (CAF, na sigla em inglês), que organizou o evento, declarou em entrevista coletiva que o B-17 normalmente opera com quatro ou cinco tripulantes, enquanto o caça P-63 leva apenas um piloto.
Coates acrescentou que os pilotos que operam os aviões durante essas apresentações são voluntários experientes com "treinamento bastante vasto" e muitos também são pilotos militares reformados.
Por sua vez, o sindicato de pilotos Allied Pilots Association confirmou na noite de sábado que dois de seus membros aposentados tinham morrido a bordo do B-17.
Os dois aviões tinham sua base em Houston, informou o jornal Dallas Morning News.
A CAF conta com cerca 180 aviões antigos que voam em torno de 6.500 horas por ano em espetáculos aéreos, homenagens a veteranos de guerra e voos de treinamento, segundo Coates.
O B-17, um bombardeiro de quatro motores, desempenhou papel importante na vitória contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial (1939-45), o que o converteu em um dos bombardeiros mais produzidos da história.
A CAF assinalou que o B-17 do acidente era um dos cinco bombardeiros que ainda podiam voar dos 12.731 fabricados originalmente.
Já o P-63 KingCobra foi um avião de combate desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial pela empresa americana Bell Aircraft, mas só foi utilizado em combate pela Força Aérea Soviética.
A segurança tem se tornado há bastante tempo uma preocupação nessas apresentações aéreas.
Em 2 de outubro de 2019, sete pessoas morreram quando um B-17 caiu durante uma exibição de aviões antigos em Connecticut, no nordeste dos Estados Unidos.