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Turquia acusa PKK curdo por atentado que deixou seis mortos em Istambul

O PKK é considerado uma organização terrorista por Turquia, Estados Unidos e União Europeia

Atentado em Istambul - Yasin Akhul / AFP

A Turquia acusou, nesta segunda-feira (14), uma mulher de nacionalidade síria de ter colocado a bomba do atentado que deixou seis mortos no domingo em Istambul e que, segundo a polícia, agiu sob ordens do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que nega as acusações.

"A pessoa que colocou a bomba foi presa", declarou pouco antes o ministro turco do Interior, Suleyman Soylu. "Segundo nossas descobertas, a organização terrorista PKK é responsável pelo atentado", acusou.

O PKK negou nesta segunda-feira qualquer participação no ataque.

"Nosso povo e a população democrática sabem bem que não estamos relacionados a este incidente, que não atacamos civis diretamente e que não aceitamos ações contra civis", disse o grupo em nota publicada pela agência de notícias Firat.

A Firat é próxima ao PKK, que é listado como grupo terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais.

A mulher presa, apresentada como Alham Albashir, teria entrado clandestinamente na Turquia passando por Afrin, cidade do nordeste da Síria controlada por soldados turcos e sírios. A polícia afirmou que recebeu ordens na cidade de Kobane, também no nordeste da Síria e sob controle de movimentos curdos, aliados do PKK.

Segundo o ministro, 46 suspeitos foram detidos, alguns deles no mesmo lugar que a mulher.

O artefato explosivo era composto de "TNT de alta potência", segundo a polícia, que afirma ter encontrado no apartamento, localizado em Kucukcekmece, nos arredores de Istambul, uma grande quantia de dinheiro em euros e peças de ouro em uma bolsa, assim como uma pistola e cartuchos.

O ataque, cometido no meio da tarde de domingo (13) na avenida comercial de Istiklal, não foi reivindicado. Causou seis mortes e 81 feridos, dos quais cerca de 24 ainda estavam hospitalizados nesta segunda-feira.

Entre os mortos, todos turcos, estão uma menina de 9 anos que morreu com o pai e uma adolescente de 15 anos que morreu com a mãe.

"Em um banco"
Imagens da polícia divulgadas pela imprensa turca mostram uma mulher com casaco roxo presa em um apartamento.

Desde a noite de domingo, o presidente Recep Tayyip Erdogan e seu vice-presidente Fuat Oktay designaram "uma mulher" como responsável pelo ataque.

Segundo o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, uma "mulher sentou-se em um banco por 40 ou 45 minutos, e um ou dois minutos depois houve uma explosão".

A imprensa turca divulgou uma imagem de uma câmera de vigilância na avenida Istiklal que mostra uma jovem com calça camuflada e um véu preto atravessando a multidão, e que foi designada como quem plantou a bomba.

O ministro do Interior acusou as forças curdas do YPG, as Unidades de Proteção Popular, que controlam a maior parte do nordeste da Síria, de serem as responsáveis pelo ataque.

"Acreditamos que a ordem do ataque foi dada em Kobane", afirmou.

Ancara considera o YPG e o PKK como "grupos terroristas".

Nesta segunda-feira, a Turquia rejeitou as condolências dos Estados Unidos pelo atendado, alegando que Washington "apoia os terroristas de Kobane".

A cidade de Kobane ganhou notoriedade pela batalha de 2015 que permitiu que as forças curdas apoiadas pelos EUA repelissem o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

A movimentada avenida Istiklal, fechada parcialmente no domingo, foi reaberta nesta segunda-feira pela manhã. Mas todos os bancos foram retirados, observou a AFP.

Um tapete vermelho cobria o local da explosão e transeuntes depositavam cravos vermelhos.

O PKK é considerado uma organização terrorista por Turquia, Estados Unidos e União Europeia, e mantém uma luta armada contra o governo turco desde os anos 1980. Ancara o acusou no passado de ser responsável por ataques sangrentos em território turco.

O PKK está no centro da disputa entre Suécia e Turquia, que desde maio bloqueia sua entrada na Otan, acusando-a de ser muito tolerante com o grupo.