Desmatamento

Brasil, Indonésia e RDCongo assinam pacto contra o desmatamento

Acordo pede que os três países sejam ajudados pela comunidade internacional para reduzir o desmatamento

Desmatamento na Amazônia - Florian Plaucheur/ AFP

Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, os três países com maior superfície florestal do planeta, lançaram oficialmente nesta segunda-feira (14) uma aliança climática para trabalhar juntos no combate ao desmatamento, provocado pela agricultura e pela extração de madeira.

"Representantes de Indonésia, Brasil e RDC (...) assinaram um acordo de cooperação na floresta e ação climática em um evento paralelo da COP27 no Egito em 7 de novembro e acordaram assinar um comunicado conjunto hoje", informou o ministro indonésio de Assuntos Marítimos e Investimento, Luhut Binsar Pandjaitan.

"Precisamos de cooperação com outros para alcançar objetivos comuns. Sozinhos podemos fazer pouco, juntos podemos fazer muito", disse o ministro indonésio, cujo país sedia desde a terça-feira a cúpula de líderes do G20.

O acordo, pactuado ainda com o presidente Jair Bolsonaro (PL), pede que os três países sejam compensados pela comunidade internacional para reduzir o desmatamento.

O comunicado indonésio assegura que os três países "têm o objetivo comum de colaborar com o aumento de valor de suas florestas tropicais e assegurar que estas florestas continuem beneficiando o clima e a população".

Bolsonaro, criticado pela insuficiência de sua política ambiental, será sucedido em janeiro por Luiz Inácio Lula da Silva, de quem se espera que reverta as políticas de seu antecessor e proteja a floresta amazônica.

Em sua primeira viagem internacional desde a vitória nas eleições, em outubro, Lula participará na quarta-feira da cúpula climática da ONU, a COP27, em Sharm el Sheikh, no Egito.

Foi neste fórum que Brasil, Indonésia e Democrática do Congo apresentaram este acordo na semana passada.

Os três países somam 64% das superfícies de florestas tropicais perdidas nas duas últimas décadas e o Brasil lidera a lista, com mais de 27 milhões de hectares destruídos, segundo o relatório global de florestas do World Resources Institute.

O projeto tripartite, que emergiu no ano passado durante a COP de Glasgow, não tem orçamento específico e seu desenho atual é mais "um compromisso político", consistente em uma "troca de experiências" sobre mercados de carbono, pagamentos por serviços ambientais e biodiversidade, explicou o secretário de Estado sobre o Clima e as Relações Internacionais, Marcus Paranaguá.