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Mercado busca respostas de como a conta da pandemia será paga, diz presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto afirmou em evento da Bloomberg, nesta sexta, que política fiscal precisa ter credibilidade

Fachada do Banco Central do Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O mercado financeiro quer saber como os países vão pagar a conta da pandemia, e isso inclui o Brasil, e por isso tem dado sinais de ansiedade. Neste momento, os parâmetros fiscais ganham ainda mais importância e o novo governo precisa estabelecer regras que tenham credibilidade e comunicá-las de forma clara.

"O mercado tenta encontrar as respostas de como a conta da pandemia será paga. Entendemos que é preciso equalizar as questões sociais, mas precisamos ter coordenação entre política fiscal e monetária, além de regras fiscais críveis" disse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que participou na manhã desta sexta-feira de um evento da agência de notícias Bloomberg, em São Paulo.

Campos Neto afirmou que o grande teste do novo governo será comunicar sua dsiciplina fiscal, após estabelecer os parâmetros para a convergência da dívida pública no longo prazo.

O presidente do BC disse que o mercado não é um monstro, "mas uma máquina de alocar recursos". Disse que com inflaão e taxas de juros altas, as empresas investem menos e não podem se plenejar. Por isso, é importante a disciplina fiscal. Campos Neto afirmou que vai conversar com o novo governo, mas que nesse momento não sabe dizer quais as regras que virão da equipe de transição que cuida da economia. Por enquanto, o que se vê na impresna, disse Campos, é que o govberno pretende gastar mais e o mercado reage.

"Mas não podemos trabalhar com suposições. Por enquanto, o cenário fiscal é incerto. Vamos ver o que vai ser aprovado (pelo novo governo), mas acreditamos que haverá convergência entre politica fiscal e monetária" afirmou.

Ele disse que ainda é cedo para comemorar a queda da inflação, e afirmou que o trabalho do Banco Central ainda não está terminado. Economistas do mercado avaliam que o Banco Central só vai começar a baixar a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75%, no segundo semestre de 2023.