Primeiro-ministro húngaro qualifica sanções da UE contra a Rússia como "passos para a guerra"
Orban, que mantém relações com a Rússia, denuncia regularmente a estratégia europeia
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, qualificou as sanções da UE contra a Rússia de "passos para guerra", intensificando suas críticas contra a estratégia de Bruxelas, considerada "perigosa".
"Qualquer um intervenha economicamente em um conflito militar toma posição", declarou o dirigente nacionalista em sua tradicional entrevista a uma rádio próxima ao governo.
"Pouco a pouco caminhamos para a guerra", insistiu, expressando preocupação pelo acúmulo de medidas adotadas para sancionar a ofensiva russa na Ucrânia.
Orban também se opõe à proposta da Comissão Europeia de conceder à Ucrânia uma ajuda de 18 bilhões de euros para 2023, na forma de empréstimos cujos juros seriam financiados pelos Estados-membros.
"A Hungria não aceitará que os membros da UE façam empréstimos para ajudar a Ucrânia", afirmou, segundo a agência de notícias MTI.
Em contrapartida, defende o pagamento de uma soma, divida "igualmente" entre os 27 países. A Hungria poderia contribuir com até 70 bilhões de florins (170 milhões de euros) no âmbito de um acordo bilateral com Kiev, especificou.
Orban, que mantém relações com a Rússia, denuncia regularmente a estratégia europeia, embora tenha votado a favor de todas as sanções com seus aliados. Para ele, esta é a principal razão das dificuldades econômicas deste país da Europa central.
O primeiro-ministro afirmou estar disposto a "lutar" contra um eventual novo pacote de medidas e a garantir que a Hungria, altamente dependente dos hidrocarbonetos russos, esteja "isenta", como no caso do embargo ao petróleo.
"Fornecemos armas destrutivas, treinamos soldados ucranianos em nosso solo e impomos sanções energéticas. Estamos nos tornando parte integrante do conflito. A Europa está jogando um jogo muito perigoso."