Jogadores do Irã sofrem com "tensão" dos protestos, diz técnico
Atletas não cantaram o hino nacional no estádio Al Khalifa, em suposto apoio aos protestos contra o governo de seu país
O técnico da seleção do Irã, o português Carlos Queiroz, admitiu que os jogadores de sua equipe estão sofrendo com a pressão dos protestos no país, depois da goleada de 6x2 sofrida contra a Inglaterra na estreia nesta segunda-feira pelo Grupo B da Copa do Mundo.
Em declarações depois da partida contra os ingleses, Queiroz afirmou que a situação política no Irã afetou o time.
"Não é bom vir ao Mundial e pedir a eles que façam coisas que não são sua responsabilidade. Eles querem dar orgulho e alegria ao povo", afirmou o treinador à imprensa.
"Vocês nem imaginam o que esses rapazes estão vivendo a portas fechadas nos últimos dias", acrescentou.
"Não importa o que eles digam, as pessoas querem matá-los. Você imagina estar em um momento de sua vida em que pode ser assassinado por tudo o que você diz? Com certeza temos sentimentos e crenças e em seu devido tempo, no momento adequado, os expressamos", concluiu Queiroz.
Os jogadores do Irã optaram por não cantar o hino nacional no estádio Al Khalifa, em uma mostra aparentemente de apoio aos protestos contra o governo de seu país.
Liderados pelo capitão Alireza Jahanbakhsh, os iranianos permaneceram de pé e em silêncio na execução do hino antes do jogo.
Jahanbakhsh tinha dito que a equipe decidiria de forma conjunta se cantaria ou não em solidariedade às manifestações, que começaram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos.
Amini, uma iraniana de origem curda, morreu três dias depois de ter sido presa em Teerã por violar o estrito código de vestimenta que obriga as mulheres do país a usar o véu em público.