Vice-chanceler Alemão defende braçadeira 'OneLove'; Governo considera proibição "Muito lamentável"
FIFA ameaçou punir os capitães que usassem a braçadeira; alemães fizeram gesto em protesto antes do início da partida
O vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, incentivou os jogadores da "Mannschaft", que estreiaram nesta nesta quarta (23) na Copa do Mundo, a usarem a braçadeira "One love" contra a discriminação LGBTQ+, apesar da proibição da Fifa.
"Acho que agora devemos usar a braçadeira", disse o ministro da Economia, na noite de terça-feira (22), em entrevista a um programa de televisão no canal alemão ZDF.
Ele acrescentou que "tentaria a sorte" se fosse jogador, já que se trata de um "protesto moderado".
"Queria ver o que o árbitro faria, se um jogador aparecesse com a braçadeira", afirmou.
A Alemanha entrou em campo para enfrentar o Japão e os jogadores fizeram um gesto simbólico durante a foto oficial, colocando a mão sobre a boca, para dizer que foram calados.
Berlim considera a proibição da Fifa das braçadeiras 'One love' contra a discriminação LGBTQIA+ "muito lamentável", disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, nesta quarta-feira (23).
"Os direitos da comunidade LGBTQIA+ não são negociáveis", declarou Hebestreit, em coletiva de imprensa regular do governo alemão, poucas horas antes do primeiro jogo da Alemanha contra o Japão, pela Copa do Mundo no Catar.
"Vemos que aparentemente não é possível, no âmbito desta Copa do Mundo, se posicionar ou exibir um símbolo de compromisso (com esta causa)", acrescentou.
"Continua sendo importante nos comprometermos com nossos valores", continuou Hebestreit.
Segundo diferentes federações nacionais, a Fifa ameaçou impor "sanções esportivas" aos capitães que usassem a braçadeira OneLove.
Diante da ameaça, Inglaterra, Alemanha e outros cinco países europeus desistiram de usar o acessório inspirado na bandeira arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+.
Primeiro país do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo de futebol, o Catar garantiu que todos os torcedores serão bem-vindos, sem discriminação, apesar das leis do pequeno emirado que criminalizam a homossexualidade.