Vice-presidente

Mourão: protestos são "catarse coletiva" e que Bolsonaro "deveria" entregar faixa presidencial

A declaração foi dada em Lisboa durante visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Mourão está desde segunda-feira (21) em visita oficial a Portugal - Marcelo Camargo / Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (23) que o atual mandatário, Jair Bolsonaro, deveria entregar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada em Lisboa durante visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na mesma ocasião, Mourão classificou as manifestações de teor golpista que acontecem em alguns locais do Brasil como uma "catarse coletiva" e fez críticas à atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na condução das eleições.

— Na minha visão, o presidente deveria passar a faixa porque é uma questão de presidente para presidente. Independente do processo, independente de gostar ou não da pessoa. É uma questão institucional — afirmou Mourão, à Agência Lusa.

Mourão está desde segunda-feira (21) em visita oficial a Portugal. Mourão tem compromissos no país europeu até quinta-feira.

— Eu não sou o presidente. Se por acaso o presidente renunciasse ao cargo e eu me tornasse presidente, eu teria essa responsabilidade [entregar a faixa presidencial ao presidente eleito]. Mas eu não tenho essa responsabilidade. Então, eu não posso, se por acaso o presidente Bolsonaro não for, vestir aquela faixa, retirá-la e entregá-la ao presidente Lula que é o eleito — acrescentou Mourão.

Manifestações golpistas
O vice-presidente também foi questionado a respeito das manifestações de teor golpista que ocorrem em alguns locais do Brasil. Para Mourão, trata-se de uma "catarse coletiva".

— Essas pessoas não estão na rua de forma desordeira, estão num processo de, vamos dizer assim, numa catarse coletiva, não é, eu posso colocar dessa forma, no sentido de aceitar algo que eles consideram que não foi correto. E o tempo é o senhor da razão — afirmou.