Habitantes fogem da violência religiosa em Mianmar
Estado de Rakhine, remota região oeste de Mianmar, é cenário de tensões entre budistas e muçulmanos
Milhares de habitantes aterrorizados tentavam fugir nesta sexta-feira por todos os meios da violência das localidades do Estado de Rakhine, uma remota região oeste de Mianmar, cenário de tensões entre budistas e muçulmanos.
O ataque contra delegacias na fronteira com Bangladesh na noite de sábado desatou uma onda de violência na zona, onde vivem milhares de membros da minoria muçulmana dos rohingyas, muito perseguida.
Vinte e seis civis morreram em uma resposta militar de envergadura, segundo a imprensa oficial, e quatro soldados foram mortos nas operações.
Os distúrbios fazem temer que se repitam os confrontos religiosos de 2012, que deixaram mais de cem mortos e dezenas de deslocados.
Desde então, mais de 100.000 rohingyas vivem em acampamentos de refugiados.
Considerados imigrantes ilegais por muitos budistas, majoritários em Mianmar, os rohingyas não têm acesso a médicos, mercado de trabalho ou escola, e tampouco liberdade de movimento.
Representantes do grupo negaram qualquer envolvimento nos ataques, mas vídeos postados nas redes sociais mostram homens armados fazendo uma convocação à Jihad no idioma dos rohingyas.
Muitas das pessoas que fugiram eram budistas, dominantes no país, mas que representam menos de 10% da população no norte do Estado de Rakhine, de maioria rohingya.
O governo liderado por Aung San Suu Kyi prometeu uma investigação independente dos ataques.