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Após protestos contra quarentena, fornecedora da Apple na China pagará US$ 1.400 para trabalhadores

Centenas de operários entraram em confronto com equipes de segurança da Foxconn

Fornecedora da Apple na China, Foxconn - Reprodução/ Twitter

Após violentos protestos de trabalhadores, que se revoltaram contra a quarentena imposta para conter um surto de Covid na China, o maior fornecedor de iPhones do mundo ofereceu um pagamento extra de 10 mil yuans, o equivalente a US$ 1.400 para qualquer um dos seus funcionários que decidir abandonar o emprego e voltar para sua cidade de origem.

As autoridades municipais de Zhengzhou proibiram a circulação de pessoas para conter a disseminação do coronavírus em meio a um surto que já levou a um pico de 31.454 novos casos diários na China – o maior patamar desde o início da pandemia. Desses, 675 casos foram em Zhengzhou.

A cidade abriga uma fábrica da Foxconn, maior fornecedora da Apple, com mais de 200 mil trabalhadores. A imensa maioria dos operários fica abrigado em dormitórios já que são de províncias distantes.

Centenas de trabalhadores entraram em confronto com seguranças da empresa, muitos tentando escapar da quarentena imposta pelo governo. A oferta de US$ 1.400 para quem quiser voltar para sua cidade local tenta aplacar os ânimos, sobretudo dos funcionários recém recrutados para o trabalho na fábrica pelo governo local e que estão entre os líderes da revolta.

Um dos motivos para a revolta foi o fato de os trabalhadores terem descoberto que só receberiam os altos salários prometidos quando foram contratados caso ficassem na fábrica até março do ano que vem. A indenização oferecida pela empresa será paga em duas prestações e pode ajudar a arcar com os custos da viagem de volta para a casa desses trabalhadores. A quantia supera em muito o ganho médio mensal dos operários.

Também contribuiu para a insatisfação dos trabalhadores um erro no sistema de pagamentos da empresa que informou aos operários que eles receberiam menos do que o prometido. A Foxconn se desculpou nesta quinta-feira (24) pelo erro.

A fábrica onde ocorreu os protestos responde pela maioria dos iPhones e devices da Apple produzidos no mundo. A Apple já alertou aos consumidores que vai conseguir entregar menos produtos do que o estimado na temporada de férias. Em alguns casos, o tempo de espera para modelos de iPhone nos EUA fará com que os consumidores só recebam seus aparelhos após o Natal.

“Nós temos membros do time da Apple atuando na unidade de nossa fornecedora Foxconn em Zhengzhou. Estamos acompanhando a situação e trabalhando junto a Foxconn para garantir que as preocupações dos trabalhadores sejam levadas em consideração”.