Transição: política de preços não é da Petrobras, é do governo, diz senador
Cotado para a presidência da estatal, Jean Paul Prates fala em colchão de amortecimento e preço de referência
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de Minas e Energia na equipe de transição, disse nesta quinta-feira (24) que a Petrobras terá uma política de preços específica para os seus clientes, assim como qualquer outra empresa possui. Ele completou, porém, que quem vai propor uma política de preços em geral, para o Brasil, será o governo.
"Política de preços não é da Petrobras, é do governo. Vamos começar a separar bem essas coisas. A Petrobras vai fazer a política de preços dela, dos clientes dela, como qualquer empresa" disse, ao chegar ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de Transição.
A política de preços da Petrobras hoje atrela o mercado interno aos custos do barril de petróleo e do dólar. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já disse diversas vezes que irá acabar com esse mecanismo, mas sem explicitar o que colocar no lugar.
Sem dar detalhes, o senador mencionou ainda a possibilidade de um “colchão de amortecimento” para os preços.
"Quem vai dar a política de preços em geral, para o Brasil, se vai ter de alguma forma algum colchão de amortecimento, conta de estabilização, preço de referência, etc, sem absolutamente falar em congelamento, nenhum ato interventivo, é o governo brasileiro. O governo é uma coisa e a Petrobras é outra " afirmou.
A equipe da transição avalia algumas alternativas para esse preço de referência para a Petrobras e demais petroleiras, a partir do qual seria definido o preço dos combustíveis.
Esse valor poderia considerar, por exemplo, componentes de combustível, margens de refino, distribuição e margens de revenda. Além disso, teria valores regionalizados.