Ministros da Energia da UE não alcançam acordo para limitar preços do gás
Cerca de 15 países da UE defendem a adoção de um teto para o gás, como forma de enfrentar o forte aumento dos preços da energia
Os ministros de energia da União Europeia (UE) não conseguiram superar suas divergências, nesta quinta-feira (24), o que impediu que se chegasse a um acordo sobre a proposta da Comissão Europeia de um teto para o preço do gás, um plano recebido com hostilidade.
O ministro da Energia da República Tcheca (país que detém a presidência rotativa da UE), Josef Sikela, anunciou que os ministros voltarão a se reunir em meados de dezembro para tentar aproximar posições e buscar um acordo.
Sikela lembrou, porém, que os ministros aprovaram outras duas propostas hoje, em Bruxelas: uma, sobre um mecanismo de solidariedade para os países do bloco em dificuldades energéticas; e a segunda, sobre uma agilização das licenças para fontes de energia renováveis.
Desde sua chegada ao local dos encontros na capital belga, os ministros manifestaram relutância em relação à iniciativa da Comissão Europeia de um preço máximo para o gás.
Lançada na terça-feira (22), a proposta consiste em limitar por um ano os preços dos contratos mensais no mercado de gás de referência (TTF) assim que ultrapassarem os 275 euros por megawatt/hora (valor semelhante em dólares), entre outras condições.
O ministro grego da Energia, Konstantinos Skrekas, não conseguiu esconder sua decepção.
"Nesse patamar, não é um preço máximo. Esses preços ameaçam casas e empresas. Perdemos muito tempo sem resultados", afirmou.
A ministra polonesa da Energia, Anna Moskwa, disse que era "uma piada. Nosso país está 10 graus abaixo de zero, e não queremos continuar falando sobre solidariedade, ou renováveis, mas discutir um teto para o preço do gás agora".
A ministra espanhola Teresa Ribera considerou a proposta da Comissão "impraticável e ineficaz".
Cerca de 15 países da UE defendem a adoção de um teto para o gás, como forma de enfrentar o forte aumento dos preços da energia. Outros países temem o efeito que tal medida teria no mercado interno.