"O que falta é um ministro da Fazenda", diz Jaques Wagner (PT) sobre articulação da PEC da Transição
"O problema é que não tem nome na mesa, tem na cabeça do presidente", diz senador escalado para ser o articulador político da proposta
Escalado para ser o articulador político da PEC da Transição no Congresso, o senador Jaques Wagner (PT-PA) afirmou que o que falta é "ministro da Fazenda" para destravar as negociações da Proposta de Emenda a Constituição.
"O texto abre espaço no Orçamento de 2023 para promessas de campanha do petista, especialmente o Bolsa Família de R$ 600, e irá prever que o programa fique fora do teto de gastos por quatro anos, durante todo o mandato de Lula. Acho que o falta mais por enquanto é um ministro da Fazenda", afirmou Wagner ao ser questionado por jornalistas se falta um articulador empoderado por Lula para agilizar o andamento da PEC no Congresso.
O senador afirmou que Lula está centralizando a análise dos nomes:
— O problema é que não tem nome na mesa, tem na cabeça do presidente.
Amanhã Jaques Wagner viaja a São Paulo para conversar pessoalmente com Lula. O presidente se recupera de uma cirurgia nas cordas vocais e, por isso, não veio a Brasília nesta semana.
— Vou dar o quadro a ele, ele está refletindo, olhando as coisas. Infelizmente ele teve que se calar, ele queria estar aqui — disse Wagner.
Conforme mostrou O GLOBO, aliados de Lula têm reclamado da inabilidade de petistas escalados para articulação para da “PEC da Transição”.
Na terça-feira, Wagner foi nomeado integrante do Conselho Governamental da transição e escalado para comandar a articulação da PEC no Congresso e acelerar o diálogo para aprovar o texto. O governo eleito tem expectativa de votar o texto na próxima semana.
Interlocutores de Lula afirmam que Wagner é a “esperança” do PT para assegurar a aprovação da PEC e é visto por aliados como o nome destacado para ser o “Casa Civil” da transição. Nesta quinta-feira, porém, Wagner afirmou "não acreditar em mágica":
— Não acredito em mágica, ninguém sozinho vai fazer nada. Estou ajudando porque essa é minha experiência, de articulador político, mas não sou eu que estou fazendo sozinho, tem muita gente envolvida. Querem botar nas minhas costas tudo — disse Wagner.
Entre petistas, Wagner é considerado um nome com estofo para esse tipo de função, o senador foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e é visto como alguém que tem mais facilidade para conversar com partidos de centro.