Congresso peruano impulsiona denúncia contra presidente por suspeita de corrupção
Comissão do Congresso investiga suspeita de corrupção e pede que mandatário seja temporariamente afastado de seu cargo
Uma Comissão do Congresso do Peru chegou a um acordo, nesta quinta-feira (24), para tramitar uma denúncia do Ministério Público contra o presidente de esquerda Pedro Castillo, a quem o órgão investiga por suspeita de corrupção e pede que o mandatário seja temporariamente afastado de seu cargo.
"Hoje, na sessão da Comissão Permanente, admitiu-se para tramitação a denúncia constitucional da Procuradora da Nação, Patricia Benavides, contra o presidente Pedro Castillo", anunciou o líder do Congresso, José Williams.
A comissão concedeu um prazo de 15 dias para a Subcomissão de Acusações Constitucionais apresentar "seu relatório final" sobre a denúncia da procuradora-geral, que pede que Castillo seja afastado do cargo durante o prosseguimento das investigações.
Essa decisão abre caminho para o início de um processo de impeachment, que pode chegar ao plenário do Congresso se a Comissão Permanente aprovar o relatório.
Segundo o MP, Castillo lidera uma rede de corrupção de lavagem de ativos e de concessão de contratos de obras públicas, integrada por seu entorno familiar e político.
Foi essa denúncia que levou Castillo a pedir a intervenção da OEA, invocando a Carta Democrática Interamericana. Para ele, o MP e a oposição de direita, que controla o Congresso, querem dar "um golpe de Estado" lhe atribuindo crimes que nega ter cometido.
Além disso, o presidente de esquerda alega que não pode ser investigado até o final de seu mandato, em julho de 2026.
Esta semana, uma missão da OEA visitou Lima e se reuniu com autoridades e opositores para avaliar o nível da disputa entre os poderes.
A decisão chega no mesmo dia em que a Comissão Permanente rejeitou apreciar uma denúncia de traição à pátria contra Castillo, depois que o Tribunal Constitucional acolheu um habeas corpus da defesa do presidente.
Castillo está no poder desde julho de 2021 e já enfrentou duas tentativas de destituição no Congresso.