Torcedores aproveitam arquitetura e gastronomia em ponto mais badalado da noite do Catar
Centro comercial é o local preferido dos turistas para assistir aos jogos da Copa e conta com longas filas de espera para um lugar à mesa
Ao desembarcar em Doha, capital do Catar, você certamente ouvirá falar neste nome: Souq Wakif. É o point mais procurado por turistas e, durante a Copa do Mundo, tem se tornado o grande ponto de encontro de torcedores de todas as seleções. Nesta sexta-feira (25), por exemplo, durante a visita da nossa reportagem, o empate sem gols entre Inglaterra e Estados Unidos se tornou coadjuvante diante de um verdadeiro espetáculo promovido por torcedores de diversos locais do mundo.
Antes de prosseguir, uma contextualização: ‘Souq’ é como são chamados os grandes e tradicionais mercados em boa parte das cidades árabes. ‘Waqif’ significa ‘em pé’ em árabe e se refere à forma como os comerciantes trabalhavam até a década de 1970. Em pé, porque era muito comum o local ficar inundado, uma vez que as águas do Golfo Pérsico chegavam até lá, antes da construção de um calçadão beira-mar, hoje chamado de Corniche.
Ao chegarmos no Souq Wakif, a sensação é de um teletransporte automático para cenários que estamos acostumados a ver, principalmente, em filmes bíblicos. A cor bege das paredes de barro e vigas de madeira expostas dá o tom rústico ao mercado e, quando chega à noite e as luzes se acendem, o local ganha cores das mais diversas e visitantes em grande escala.
O fluxo de torcedores é impressionante. Desde família com idosos e crianças para uma programação mais leve, como um simples jantar, até jovens fantasiados e pintados com as cores do seu país enlouquecidamente agitados entoando cânticos de futebol.
Nas ruas do Souq, é possível encontrar de tudo: artesanato, souvenires, tecidos, ouro e, principalmente, gastronomia dos principais países árabes. Quem é indeciso, certamente, terá uma boa ‘dor de cabeça’. A cada passo, um restaurante de um país diferente. O que há em comum em quase todos é as longas filas de espera e a luta por uma mesa.
A maioria das pessoas prefere ficar no terraço, uma área externa e ao ar livre. Desta forma, é possível, além de desfrutar dos pratos e ter um agradável jantar, também assistir ao espetáculo proporcionado pelas torcidas. É um momento em que é possível encontrar grupos de marroquinos chacoalhando bandeiras e cantando em uníssono; argentinos desfilando com um bandeirão, batucadas, sinalizadores e fazendo um ‘esquenta’ para a partida decisiva deste sábado (26) contra o México; e até brasileiros em uma roda de samba, em frente ao Damasca One, o restaurante sírio mais famoso do local.
“É um local extraordinário. A cultura árabe está bem presente aqui. É uma riqueza de detalhes culturais e uma miscigenação de povos que só a Copa do Mundo proporciona”, disse o empresário paulista Rodrigo Ceregatti, enquanto outros 15 amigos batucavam e cantavam “Isto aqui é o que?”, de João Gilberto, atraindo admiradores que tiravam fotos e registravam o momento em vídeos.
“Em um espaço que não é tão grande, muita história e, atravessando coisa de cinco metros, você come de tudo. Agora, o homus, até agora, sem dúvida nenhuma, com aquela carne moída e especiarias, é a melhor comida”, sugeriu Ceregatti.
Nossa reportagem se determinou a seguir a dica do empresário de Campinas/SP, mas não foi fácil. Foi difícil encontrar um restaurante sem fila de espera. Encontramos um lugar no Layali Alqahira, um restaurante egípcio, que servia de entrada o famoso homus com pães asmos e, de prato principal, um Shish Kebab, que nada mais é do que um churrasquinho de carne de cordeiro, com especiarias árabes, acompanhado de batata frita e um refrigerante ao preço total de QR 70,00 (algo em torno de R$ 105), que é, de fato, o valor médio de uma refeição em Doha.
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