Transição

Lula terá uma semana decisiva em Brasília

Presidente eleito deve anunciar formação de ministérios nos próximos dias

Lula terá pelo menos três decisões importantes a tomar esta semana, em Brasília - Joseph Eid / AFP

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está em Brasília, desde ontem (27) à noite, para dar continuidade aos trabalhos da transição de governo. Esta semana será decisiva para o petista, pois, além da articulação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, a expectativa é que Lula revele a formação de ministérios e conclua a composição dos grupos técnicos da equipe que ainda estão pendentes.

Hoje, o presidente eleito é aguardado às 11h30 no centro de transição. O único compromisso confirmado até agora é uma reunião com o vice eleito Geraldo Alckmin. Segundo a assessoria do presidente eleito, a previsão inicial é que ele retorne ao hotel no início da tarde para assistir ao jogo da seleção brasileira na Copa. 

Não está descartado, porém, que o petista permaneça no centro de transição e acompanhe a disputa junto a aliados, em uma sala reservada. Está definido que ele não irá ao auditório que transmitiu a estreia da seleção na semana passada com as presenças de Alckmin, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e de outros auxiliares.

A partir da segunda quinzena de dezembro, o congresso entrará em recesso. A grande expectativa é que a PEC da Transição seja aprovada até dia 10 para ser incorporada no orçamento de 2023, que deve ser votado até o dia 16.

Na quarta-feira, a equipe de Lula, que se reunirá no começo da tarde de hoje, divulgará um relatório sobre a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e, no início do próximo mês, o último relatório, que é o planejamento dos cem primeiros dias de governo.

Lula, que chegou a Brasília acompanhado da esposa, Janja da Silva, e do ex-ministro Fernando Haddad (PT), deve despachar nesta semana do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funcionam as salas da transição.

A pouco mais de um mês do início do governo, aliados têm cobrado que Lula assuma a liderança das negociações da PEC da Transição, que retira do teto de gastos os recursos para o programa Bolsa Família.
Segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA), a indefinição de um nome para o comando do Ministério da Fazenda também tem atrapalhado o processo.

Haddad, que foi derrotado em segundo turno na eleição para o governo de São Paulo, é o nome cotado para comandar o Ministério da Fazenda de Lula. Mas Lula ainda não confirmou.

O cenário tem atrasado o encaminhamento ao Congresso Nacional de um texto de consenso da PEC de Transição. Para colocar um freio de arrumação no processo, o presidente eleito participará das discussões a partir desta semana.