Transição

Cadastro de beneficiários do Auxílio Brasil passará por "pente fino" no novo governo

Avaliação da equipe de Lula é que o país passou a enfrentar uma distorção no Cadastro Único

Senado Federal/Divulgação

Para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha uma política bem-sucedida no combate à pobreza, não basta garantir um valor maior para o programa Bolsa Família, como voltará a ser denominado o atual Auxílio Brasil.

De acordo com o Estadão Conteúdo, se não houver uma depuração do Cadastro Único e uma maior atenção ao perfil dos beneficiários, o Bolsa Família pode se tornar ineficiente e ter um resultado abaixo do seu potencial.

A equipe de transição de Lula, diz o Estadão, sabe que será necessário um "pente-fino" nos benefícios, voltada principalmente às concessões individuais. A avaliação é que o país passou a enfrentar uma distorção no Cadastro Único.

A maior preocupação da equipe de transição do presidente eleito diz respeito à qualidade do cadastro e à herança que será deixada pela apuração aberta pelo Ministério da Cidadania.

O novo governo, segundo o Estadão, também foi alertado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a distorção.

"O governo Lula vai assumir com um milhão de pessoas sendo chamadas em janeiro e dois milhões de pessoas (os benefícios)  sendo chamadas em fevereiro para comparecer ao Cras ou vão ser bloqueadas", disse ao Estadão Tereza Campello, uma das coordenadoras da área de assistência social da transição.

Com isso, acrescenta Tereza, a pessoa não vai receber o benefício e terá que ir ao Cras tentar saber o que aconteceu. “Vamos ter o governo assumindo com um monte de fila", acrescentou ela.