Trump será julgado por difamação em abril
Acusação é de uma jornalista que afirma ter sido estuprada na década de 1990 pelo magnata
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sentará no banco dos réus no tribunal em abril em Nova York acusado de difamação por uma jornalista que afirma ter sido estuprada na década de 1990 pelo magnata, segundo decisão do juiz de instrução divulgada nesta terça-feira (29).
A escritora e ex-colunista da revista Elle, E. Jean Carroll, 78, processou Trump em novembro de 2019 por difamação depois que ele chamou de "completa mentira" as alegações da jornalista de que ela teria sido estuprada pelo ex-presidente em um provador de um shopping em Nova York em 1995 ou 1996.
Ambos testemunharam em outubro sob juramento perante o juiz nova-iorquino de instrução responsável pelo caso, Lewis Kaplan.
De acordo com um documento judicial, o juiz assinou na terça-feira uma ordem estabelecendo 10 de abril de 2023 para o início do julgamento.
O então presidente republicano (2017-2021), que em 2019 estava protegido pela imunidade de chefe de Estado, respondeu que não conhecia Carroll e que ela não era "seu tipo" de mulher.
Sobre as acusações de estupro, Carroll não pôde apresentar uma denúncia em 2019 porque os fatos prescreveram.
No entanto, em 24 de novembro, uma nova lei entrou em vigor no estado de Nova York ("Adult Survivors Act") que permite, por um ano, que vítimas de agressão sexual recorram à justiça para reivindicar um processo civil.
Os advogados de Carroll abriram na quinta-feira um novo processo em Nova York por "difamação", "fatos consumados" e "agressão", pelos quais espera ser indenizada.
De acordo com o processo, "há cerca de 27 anos, na loja de departamentos de luxo Bergdorf Goodman na Quinta Avenida em Nova York", Donald Trump "agarrou E. Jean Carroll, a empurrou e a prendeu contra a parede e a estuprou".
A autora levou 20 anos para tornar sua história pública em um livro que publicou como resultado do movimento #MeToo, que surgiu em 2017 contra a violência machista.
A advogada de Donald Trump, Alina Habba, disse na quinta-feira que a ação de Carroll "infelizmente constitui um uso indevido do propósito da lei" em Nova York. Em outubro, Trump chamou as alegações de estupro de "falsas e mentirosas".