União Europeia

Comissão Europeia recomenda congelamento de fundos para Hungria

Congelamento ocorre por conta do desrespeito ao Estado de Direito no país europeu

Comissão Europeia recomenda congelamento de fundos para Hungria - Kenzo Tribouillard / AFP

A Comissão Europeia recomendou nesta quarta-feira (30) o congelamento de quase 13 bilhões de euros dos fundos do bloco destinados à Hungria, pelo fato de o país não implementar da maneira adequada as reformas negociadas sobre o respeito ao Estado de direito e o combate à corrupção.

Os Estados da UE terão até 19 de dezembro para tomar uma decisão, que precisa da aprovação por maioria qualificada.

A Comissão considerou que as medidas implementadas até o momento pelo governo húngaro não foram suficientes para dissipar as preocupações.

Em um comunicado oficial, a Comissão destaca que, "apesar das medidas adotadas, persiste um risco para o orçamento da UE, uma vez que as medidas de correção que ainda precisam ser cumpridas são de natureza estrutural e horizontal".

A Comissão reconheceu que algumas reformas foram efetuadas, ou estão em curso, mas alegou que a Hungria "não implementou de modo adequado os aspectos centrais das 17 medidas corretivas" acordadas.

A possibilidade de que a Comissão (o Executivo da União Europeia) retenha fundos destinados à Hungria por desrespeitar o Estado de direito virou o eixo de uma disputa acirrada entre Bruxelas e Budapeste.

Neste cenário, a Hungria decidiu bloquear com seu veto o plano europeu de ajuda financeira à Ucrânia, a aprovação de um imposto mínimo para as empresas multinacionais, ou a definição de novas sanções contra a Rússia.

Em meio a negociações tensas, a Comissão enfrenta grande pressão do Parlamento Europeu para congelar os fundos destinados à Hungria até que o país implemente reformas que garantam o respeito ao Estado de direito.

Os eurodeputados ameaçaram aprovar uma moção de censura à Comissão, se a mesma não atuasse contra a Hungria.

O vice-presidente executivo da Comissão, Valdis Dombrovskis, afirmou nesta quarta-feira que "nenhuma transferência de recursos acontecerá até que as condições essenciais sejam atendidas corretamente".

A decisão definitiva deve ser adotada por maioria qualificada, ou seja, o apoio de 15 dos 27 países, em representação de pelo menos 65% da população total da UE.