Gás de cozinha

Venda de botijão de gás em julho atinge menor nível em 11 anos, diz ANP

Observatório Social do Petróleo aponta preço elevado como principal fator para redução do consumo em 2022

Gás de cozinha - Marcello Casal / Agência Brasil

O mês de julho teve o menor consumo de gás de cozinha de 13kg (botijão) dos últimos 11 anos, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Observatório Social do Petróleo (OSP), ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Segundo dados da ANP, a queda na venda de GLP (gás liquefeito de petróleo) foi de 10,9% em julho em comparação com o mesmo mês de 2021. Os números da ANP apontam ainda que os sete primeiros meses deste ano registraram o pior desempenho do comércio de botijão de gás desde 2015.

Em julho, a região Sul do país foi a mais impactada, com o recuo de 15,9% nas vendas de botijão de gás em julho.

Este é o segundo ano consecutivo de redução no consumo de GLP para o mês de julho. No ano passado, a venda já havia caído 3,5% em relação a 2020.

"O gás de cozinha foi uma das maiores dificuldades das famílias brasileiras neste ano. Os preços recordes do botijão aliados à renda estagnada da população reduziram o consumo desse combustível, tão essencial", disse o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

Segundo ele, nem mesmo o Programa Auxílio Gás dos Brasileiros foi suficiente para segurar a queda nas vendas. Ele destaca ainda que a redução no consumo de gás de cozinha levou ao crescimento do uso da lenha no país.

Segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), desde 2018 a lenha é a segunda fonte de consumo de energia nos lares do Brasil, só perdendo para a energia elétrica. O botijão de gás é a terceira fonte de consumo residencial.