Copa do Mundo

No Recife, estudantes camaroneses mostram otimismo com vitória sobre o Brasil na Copa

Quarteto que estuda na Unicap está na capital pernambucana há três meses

Abel Daniel Shalom, Lanaulde Auguste, Lise Laure Abena Kemayou e Yves Loic estudam na Unicap - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Nesta sexta-feira (2), Brasil e Camarões vão se enfrentar pela terceira vez na história das Copas do Mundo. Nas ocasiões anteriores, a Seleção Brasileira levou a melhor. Em 94, vitória por 4x1. Vinte anos mais tarde, 3x0 para os anfitriões da Copa de 2014. Agora, com a Amarelinha já classificada para as oitavas de final, com seis pontos, os africanos sonham com um resultado positivo para avançar ao mata-mata. E se depender de um quarteto camaronês residindo no Recife, isso irá acontecer.

Um grupo de estudantes está na capital pernambucana há três meses. Eles estudam na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), e mesmo com pouco tempo no Brasil, já demonstraram estar adaptados ao Estado e curtindo a cultura nordestina. Para Lise Laure Abena Kemayou, de 20 anos, “os brasileiros são muitos hospitaleiros, como os camaroneses, e isso é bom porque faz com que a gente se sinta em casa. Aqui, nós descobrimos coisas diferentes, como comida, dança e isso é muito interessante”, exaltou. 

“A experiência tem sido boa. Nós estamos tentando entender um pouco mais o idioma para falar melhor. Para mim, pessoalmente, é bem similar em relação ao meu país. Brasileiros são como nós”, comparou Yves Loic, de 21 anos.

Apesar da distância de aproximadamente 7.500 km que separa os dois países, os jovens camaroneses não perdem um jogo dos Leões e deixam de mandar energias positivas para seus representantes na Copa do Mundo do Catar. De acordo com Lanaulde Auguste, a seleção africana tem totais condições de derrotar o Brasil e sonhar com a classificação às oitavas. 

“Minha expectativa para o jogo é que... Camarões tem um bom time e nós vamos fazer o possível para vencer a partida. Depois disso veremos se conseguimos nos classificar ou não”, contou o estudante de 22 anos.

Nascido em Douala, maior cidade camaronesa, Lanaulde crê que o fato do Brasil entrar em campo com uma formação reserva pode facilitar para que Camarões consiga um resultado histórico. “A nova formação que o Brasil terá contra Camarões pode ajudar porque, como Neymar se machucou e o capitão do Brasil não vai jogar, eu acho que isso pode tirar um pouco da confiança para a próxima partida”, pontuou. 

“Nossa estratégia tem que ser marcar primeiro e, no segundo tempo, tentar manter o placar. Eu acho que a dificuldade maior é a habilidade dos jogadores brasileiros”, completou Yves Loic.

Apostando em um placar de 1x0 para Camarões, Lanaulde é fã declarado de Choupo-Moting e queria ver o duelo do centroavante camaronês contra Neymar. No entanto, se recuperando de entorse no tornozelo direito, o camisa 10 do Brasil será ausência no confronto. “Eu queria ver Neymar contra Choupo. Para mim, Choupo é melhor porque ele tem sido um grande jogador no Bayern de Munique. Fez gols em diferentes partidas, provando que é um bom número 9”, detalhou.

Com um ponto, Camarões é o terceiro colocado do Grupo G e precisa derrotar o Brasil, além de torcer para que a Suíça perca ou empate com a Sérvia no outro duelo do grupo. Com essa combinação, a segunda vaga da chave seria definida nos critérios de desempate. Enquanto os suíços somam três pontos, os sérvios têm apenas um.