Protesto

Acampados na frente de quartéis, possíveis apoiadores continuam tuitando para Bolsonaro

Eles afirmam, entre outras coisas, que perderam o emprego, estão com fome, sem remédio e com dívidas

Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

A foto do presidente Jair Bolsonaro (PL) sentado atrás de uma bancada, com o brasão da República, postada na conta oficial dele no Twitter, no dia 29 de novembro, continua recebendo mensagens de possíveis apoiadores que estão acampados há um mês em frente aos quartéis do Exército em várias capitais do país.

Entre zombaria, ironia e sarcasmo de outros usuários da rede, as mensagens dos supostos apoiadores tentam a todo custo comover o presidente. Um usuário diz:

“Presidente estou na frente do quartel há 25 dias, comendo pão velho com margarina e água. Perdi o emprego e minha família não quer me ver nem em fotografia. Mas nós, patriotas, juntos, daremos a volta por cima! Eu acredito, Jair Bolsonaro”.

Outro provável apoiador do presidente, depois de afirmar que está há 20 dias acampado em frente a um  quartel, desabafa:

“Não vejo minha família já tem 1 mês e eu sei que isso tudo vai valer a pena, não podemos deixar a esquerda  comandar o país, vamos juntos, morrerei por essa bandeira”.

Sem muito domínio da língua portuguesa, um outro chega a pedir ajuda ao presidente Bolsonaro:

“Oi presidenti eu tô no quartel tem 25 dia ontem fiquei muito ruim da gripi aqui na chuva né fui pedir remédio eles não dá nada pra nois você não podi ajuda tem gente aqui doente tem criança com febre da chuva olha pra nois presidenti”.

Outro reclamou do silêncio do presidente diante das manifestações.

“O silêncio parece algo que consome nossa alma, me encontro a 30 dias parado na frente de quartéis. Cago na sarjeta, minha esposa me deixou e levou meus 2 filhos pequenos, perdi 2 mil ao primo. Estamos fazendo a coisa certa presidente? O silêncio me consome”.

Já outro homem, que também diz estar acampado em frente a um dos quartéis, comenta que espera por uma ação em definitivo do presidente Bolsonaro.

“Perdi meu emprego e meus familiares e amigos estão contra mim, mas não vou sair daqui. Eu amo essa nação”, escreveu ele.