TRANSIÇÃO

Lula justifica Gleisi fora do governo e diz que só anunciará ministros após diplomação

Presidente eleito falou com a imprensa no CCBB. Antes, visitou o ex-presidente José Sarney, em Brasília

Luiz Inácio Lula da Silva - Ricardo Stuckert/Divulgação

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (2) que montará o seu ministério depois do dia 12, quando será diplomado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula ainda justificou a permanência de Gleisi Hoffmann na presidência do PT e longe do comando de alguma pasta.

A declaração foi dada durante conversa com a imprensa na chegada do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. Ele está acompanhado da presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann.

Segundo o presidente eleito, "80% do ministério" está pronto em sua cabeça.

-- Vou ser diplomado no dia 12. Depois que eu for presidente da República, reconhecido, eu vou escolher o meu ministério. Eu já tenho 80% do ministério na cabeça, mas não quero construir um ministério para mim. Quero construir para as forças que ganharam as eleições — afirmou.
 

Disse, ainda, que decidiu não dar ministério para Gleisi Hoffmann para não desmontar o partido e que é um reconhecimento "da grandeza dela".

-- Achei que é importante não desmontar o partido porque ganhamos a eleição. A companheira Gleisi tem um papel muito importante. O fato de eu ter dito para Gleisi que ela não vai ser ministra é o reconhecimento do papel que gleisi tem na organização política no Brasil. Quero que vocês saibam que o fato de ela não ser ministra é reconhecimento da grandeza dela. Ser presidenta desde partido hoje é tão Oou mais importante do que ser ministra

Antes de chegar ao CCBB, Lula visitou o ex-presidente José Sarney, em Brasília. Ele chegou na residência por volta das 10h40 e permaneceu até 12h10.

Questionado por O Globo sobre o motivo do encontro, Lula brincou:

— Somos velhos amigos. Velhos, não. Jovens amigos.

Lula chegou na capital federal no último domingo acompanhado da mulher, Rosângela Silva, a Janja, e do ex-ministro Fernando Haddad, que é cotado para o ministério da Economia.

Ao longo da semana, Lula teve reuniões com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele também se encontrou com lideranças de partidos, como o MDB, PSD e União.

Na pauta das conversas, a formação de um bloco parlamentar para lhe conferir governabilidade no próximo ano e a estratégia para aprovar a PEC da transição até o fim de 2022.